Confie em mim!

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 Narradora

Os meninos não estavam entendendo nada do que estava acontecendo. Em poucos minutos Thomas, Teresa e Emily sumiram pelo deserto com o resto das garotas. Minho olhava aquilo perplexo, ele ainda podia sentir a arma de Emily sendo apontada para a cabeça dele. Como ela poderia ter feito aquilo com ele?

Já Newt ainda encarava o nada, o local que viu Emily sumir. Algo estranho estava acontecendo. E ele queria entender.

-É por isso que a Emily estava desesperada para encontrar Thomas! – Minho gritou bravo, estava difícil para ele segurar a raiva – Ela tinha que levá-lo para o grupo B!

-Cala essa mértila de boca – Caçarola disse – Emily é nossa amiga.

-Ela apontou uma arma na minha cabeça! – Minho gritou. – É uma traidora que nem Teresa! E agora levaram Thomas e vão matar ele!

-Cala a boca! – Clint disse gritando – Você nunca disse tanto plong de uma vez!

-Vamos nos acalmar – Brenda disse entrando no meio – Podemos ir atrás delas. Pegamos Thomas e vamos embora.

-Não podemos deixa-las! – Caçarola disse com um pouco de tristeza na voz.

-O que vocês querem fazer então? – a menina perguntou um tanto impaciente.

Todos então olharam para Newt. Se tinha alguém que poderia tomar uma decisão sabia, era ele. Mas ele ainda estava com o olhar vidrado em um ponto fixo.

Emily não tinha olhado para ele em nenhum momento e isso fez com que ele acreditasse que algo estava acontecendo. Ela nunca olharia para ele com raiva. E ele sabia disso. Mas ainda não conseguia entender de onde veio a raiva, o ato de apontar uma arma para o melhor amigo ou bater em seu irmão.

Mas admitia para si mesmo que tinha doido ver a menina que ele amava fazer aquelas coisas. Ele e Emily tinham passado por muita coisa juntos e tudo parecia estar acontecendo muito rápido.

-Vamos atrás deles – Newt disse se levantando e pegando suas coisas – Eles foram por lá.

-Temos que chegar nas montanhas logo – Jorge disse um tanto impaciente.

-Não podemos continuar sem eles – Caçarola disse.

Todos olharam Newt andar com calma. Era difícil ver o amigo com raiva, mesmo com toda aquela situação. Ele era o único capaz de deixar todos unidos, talvez por isso o nome "grude" na tatuagem. Então todos os seguiram.


Um pouco mais longe dali o grupo B andava lentamente. Thomas ainda estava com o saco na cabeça e sentia seus braços sendo puxados por alguém.

-Thomas – uma voz sussurrou em seu ouvido. Era tão baixa que ele pensou ter sido da sua imaginação – Sou eu.

Era Emily. Ela que estava puxando seus braços. Sentiu um pouco de medo.

-Faça silencio e faça o que eu mandar, ok? Vai dar tudo certo. Confie em mim. – ela disse e depois ficou quieta.

Thomas sentiu seus ombros relaxarem um pouco e ele por fim respirou normalmente. Ele confiava em sua irmã. Foi difícil vê-la com todo aquele ódio, mas ele confiava nela. Com isso, respirou fundo e continuou a andar.

-Vamos logo meninas! – ouviu a voz de Tereza de longe. Essa voz ainda causava arrepios nele. Um arrepio que ele não sabia se era bom ou ruim.

Ficaram andando por horas. Sentiu que a areia nos seus pés ficarem mais parecidas com pedras. Até que pararam em um lugar. Sentiu Emily colocar ele sentado no chão e depois amarrar suas mãos em alguma estrutura, como um tronco de arvore. E, em um movimento rápido, tiraram o saco de sua cabeça. Piscou com a luz forte.

A garota da clareira (Maze Runner)Onde histórias criam vida. Descubra agora