Siga seus instintos

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 Sonhei que estava em um quarto. Era um quarto grande, com duas camas, mas sem janela. Eu estava sentada em uma dessas camas e, na outra, Thomas.

-Vai ficar tudo bem lá dentro – ele disse olhando em meus olhos – Confio em você.

-Será que vamos lembrar de tudo um dia? – eu perguntei.

-Não sei – ele confessou. – Mas independente de termos ou não nossas memorias, nosso laço nunca será quebrado. Mamãe sempre dizia isso.

Sorri em resposta.

-Lembre-se: – ele continuou – Siga seus instintos! Nunca vamos nos separar.

Ouvimos batidas na porta e então eu acordei.


Respirei fundo tentando entender o que tinha acabado de acontecer. Não era a primeira vez que eu sonhava algo que realmente aconteceu (eu acho) e isso me assustava cada vez mais. Me surpreendia o fato de eu ter conseguido dormir, nem que tenha sido por algumas horas.

Thomas era meu irmão?

Essa era a única coisa que eu conseguia pensar. Nossos traços eram parecidos mesmos, mas eu jurava que éramos da mesma idade. Talvez gêmeos?

Fui interrompida pelo barulho das panelas de Caçarola batendo. Desci com pressa e logo avistei Newt. Fui tentar falar com ele, mas logo lembrei da nossa briga de ontem. Ele precisava confiar em mim.

Mudei de direção e encontrei Thomas. O fato dele talvez ser meu irmão me deu um pouco de felicidade sobre tudo, mas logo passou. Eu poderia ter entendido errado. Sorri para ele e fui me sentar com Chuck.

Quando todos estavam tomando café da manhã, vi Newt subir em uma cadeira, com dificuldades, e chamar a atenção de todos.

-Atenção – ele disse e todos fizeram silencio – O banimento de Ben fez as coisas mudarem um pouco por aqui. Sei que esse é um assunto delicado, mas Alby se voluntariou para substituí-lo.

Me endireitei na cadeira e senti aquela raiva crescer mais uma vez dentro de mim. Jurei ter visto Newt desviar seu olhar para mim por um momento, mas logo voltou a atenção aos clareanos.

-Por esse motivo – ele continuou – Eu irei ser o líder enquanto ele tiver fora.

No começo ficou-se um silencio. Depois os clareanos voltaram a comer como se nada tivesse acontecido.

-Clint – eu chamei – Vamos trabalhar.

Saímos com pressa e fomos direto para a enfermaria.

-Precisamos aprender mais sobre a picada de verdugo – eu disse já procurando algo que nos ajudasse.

-Emily – Clint disse – Sei que você está brava pelo Ben, mas não tinha jeito. Não há jeito. A picada dele estava em um nível muito alto, você viu como ele estava.

-Mas precisamos descobrir!

Passamos a manhã toda tentando descobrir algo, mas não chegamos em nada. Admirei Clint por ter passado esse tempo todo me ajudando em algo que ele nem acreditava sem possível. Na hora de almoçarmos, fomos até a cozinha, mas não conseguia comer muita coisa, então sentei em baixo de uma arvore.

Quando vi, me peguei observando as portas que levavam ao labirinto mais uma vez. Observei Thomas fazendo o mesmo, com o mesmo olhar, o que me fez pensar que a ideia de sermos irmãos não era tão absurda como parecia.

A garota da clareira (Maze Runner)Onde histórias criam vida. Descubra agora