A garota da clareira (Maze Runner)

Parecia um sonho

Algumas semanas depois...

Eu andava pela areia da praia com a areia fofa fazendo cocegas em meus pés. O sol estava forte e eu vi duas garotinhas correndo pela praia me fazendo rir com a cena. Sentei em um canto e fiquei observando o mar calmo em minha frente.

Muito calmo para uma pessoa que viveu tão intensamente como eu.

Não que eu sinta saudades, só não estou acostumada.

Gally já tinha aquele lugar planejado fazia uns meses e havia mantido segredo. Ele e Jorge nos trouxeram para cá e eu descobri que muitas pessoas se escondiam aqui.

Aos poucos trouxemos mais pessoas, que salvamos do CRUEL ou achamos espalhados por aí para cá.

Chamamos de "Refugio Seguro".

Agora que o CRUEL foi acabado, não há tanto risco lá fora. Porém ainda existem crancks, caos e confusão. E aqui nesse lugar concentramos as pessoas imunes a doença.

A ideia é continuar a população para daqui, talvez uns bons anos, conseguirmos povoar a terra mais uma vez.

Senti uma pessoa se aproximar e se sentar ao meu lado. Era Thomas.

-Você está bem? – ele perguntou me encarando.

Encarei ele de volta por um tempo.

-Eu que lhe pergunto – eu disse – Como está o machucado?

-Bem melhor.

Thomas havia levado um tiro no ombro e o pessoal desse lugar salvaram ele. Ele ficou dormindo por uns dias, mas parece que está novo em folha.

-Pensando nela? – ele disse como se lesse meus pensamentos.

Thomas me conhecia muito bem.

-Como sabe? – eu disse encarando o mar agora.

Teresa invadia meus pensamentos em quase todos os momentos do dia.

-Porque eu sou seu irmão – ele disse – E porque eu também penso nela.

-Ela morreu querendo ajudar – eu disse suspirando.

A imagem dela caindo voltava em minha mente.

-E ela ajudou – ele disse endireitando a postura.

Teresa havia salvado muitas pessoas.

-O que acha desse lugar? – eu perguntei olhando em volta.

Parecia o paraíso.

-Podemos ser felizes finalmente – ele disse sorrindo para mim.

Sorri de volta.

Observei Thomas olhar um pouco assustado para algo atrás de mim e eu segui o seu olhar. Minho corria desesperado em nossa direção e em um instinto eu levantei rápido da areia, sendo seguida por meu irmão.

-O que foi? – Thomas perguntou assim que nos aproximamos mais.

Seu tom de voz era outro, ele estava preocupado.

Por um momento eu achei que não teríamos esse tom de voz novamente.

-É ele! – Minho gritou arfando por conta da corrida – Newt!

Senti meu coração falhar uma batida e antes que Minho falasse alguma coisa, eu já estava correndo na direção oposta.

Assim que chegamos os médicos do local tentaram cura-lo, mas ninguém entendia o que ele tinha. Ele permaneceu naquele estado: respirando levemente.