O que isso quer dizer?

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 Demorou um pouco para entendermos o que realmente estava acontecendo. Saímos da cabana e olhamos a situação. Newt olhava em seu relógio e depois olhava para os muros. Ele fez isso umas cinco vezes e dava para ver confusão e pavor em seu olhar. Olhei para o céu, já estava escurecendo, mas nada dos portões fecharem.

-Eles vão fechar, né? – Chuck perguntou um tempo depois. Dava para sentir o medo em sua voz.

-Todo mundo para a Sede! – Newt gritou, chamando a atenção de todos os clareanos – Peguem lanças, armas, comida, água e tudo o que for útil! Para a Sede, AGORA!

Começou uma muvuca na clareira, onde todos os clareanos corriam de um lado para o outro. Vi alguns levarem suas poucas armas para dentro da Sede. Era pequeno o lugar, mas dava para caber todo mundo. Vi Caçarola levar água e Gally me encarar com um olhar assassino. Se a situação não estivesse tão caótica, juraria que ele iria me bater.

Thomas segurou a mão de Chuck e o puxou para a Sede.

-Eu vou buscar Alby com os socorristas – Newt disse e saiu correndo, antes que eu pudesse impedi-lo. Vi Minho correndo para o outro lado. Com isso, corri para a Sede, eu precisava manter a ordem naquele lugar.

Os clareanos estavam amontoados nos cômodos. Pedi para fazerem silencio e para ficarem de guarda e atentos. Todos estavam armados e eu me arrepiava em imaginar no que poderíamos usar aquelas armas.

Fui até meu quarto e encontrei Thomas, Chuck, Caçarola, Clint, Teresa, Jacob, Jeff e uns outros meninos. Fiquei surpresa na quantidade de pessoas que cabiam ali. Um tempo depois Minho apareceu e, seguido dele, Newt e Alby.

-Alby? – eu perguntei me levantando e abraçando ele.

-Ele acordou da transformação assim que entrei na enfermaria – Newt disse sorrindo – Foi muita sorte.

Alby estava bem fisicamente, mas, em seu olhar, dava para ver um pouco de frustração e tristeza. Não sei exatamente o que a transformação faz com as pessoas, mas coisa boa não é. É só olhar para Gally e seu olhar de decepção. Alby tinha esse mesmo olhar. Tudo isso me fazia ter medo do que nos esperava do lado de fora.

-Eu estou bem – Alby disse e se agachou ao nosso lado – Eu vi o Thomas.

Fiquei surpresa dele estar conseguindo falar sobre o que tinha visto. Todos olhavam para ele, esperando que ele continuasse, mas ele apenas ficou quieto. Queria poder saber o que ele estava pensando. Então ele negou. Ele não conseguia falar sobre isso e eu jurei ter visto algumas lagrimas em seus olhos.

-Tudo bem Alby – Thomas disse colocando uma mão em seu ombro, transmitindo confiança.

Depois disso ficamos todos em silencio. A única coisa que se ouvia era a respiração dos outros. Por um momento pensei que nada aconteceria. Mas depois de algumas horas assim, ouvimos os barulhos.

Aquele barulho metálico inconfundível. Como sempre, senti aquele arrepio pelo meu corpo. O som se aproximou aos poucos e eu prendi a respiração, pensando que talvez ajudaria. Vi medo no olhar de Chuck e segurança no olhar de Thomas. Segurei a mão de Newt, que estava ao meu lado e olhei para ele. Só que no olhar dele eu não vi nada. Foi assim que vi a gravidade da situação.

E, assustando todos, uma garra de um verdugo atravessou a parede da Sede. Foi um movimento barulhento e alto, fazendo todos pularem dos seus lugares e se direcionarem para o lado oposto da tal garra.

Vi Minho tentar lançar uma lança na direção do Verdugo, mas que não adiantou em nada. Aos poucos a parede foi caindo, revelando a aparência do verdugo inteiro. Ouvimos alguma gritaria no quarto do lado, mas, naquele momento, tínhamos que lidar com aquele bicho.

A garota da clareira (Maze Runner)Onde histórias criam vida. Descubra agora