62- Desamparo

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Uma musiquinha para vcs chorarem...ksksksks Nem amo essa música 💙😞

Eu morri, renasci
te esperando

Eu te amei muito mais
De mil anos
Te amarei mais mil
Muito muito mais de mil...

Christina Perri

Nathan on...

Eu estava preocupado. Com a Liz claro. Aquele babaca já estava na sala com ela a quase meia hora e isso me tirava os nervos.

Andava pela cozinha impaciente. Eu até poderia ouvir a conversa da porta, mas a Liz não iria gostar de saber disso.

Mais minutos se passaram até que ela finalmente apareceu meio que... triste?

_ O que foi? O que ele disse?_ ela não respondeu_ Ele fez alguma coisa pra você não foi? Vou acabar com aquele...

_ Ele não fez nada Nathan_ ela me interrompe_ Ele veio pedir perdão e uma outra chance. E também ajuda.

_ E você deu?_ ergui a sombrancelha e ela assentiu_ Liz você tem noção do que fez? Ele pode estar mentindo.

_ Você não é ninguém pra dizer o que eu tenho que fazer ou não. Eu perdoo quem eu quiser ouviu? E faço o que eu quiser também_ diz irritada.

_ Okay então_ digo simplesmente_ Faz o que quiser da sua vida. Só depois que você ver que ele está mentindo não vem dizer que não te avisei.

Dito isso peguei minhas coisas e sai do apartamento. Voltei em casa irritado e muito furioso.

Me joguei no sofá e tentei me acalmar.

Como ela pôde? Trocar ele por mim? Assim do nada? Que ódio!

Recebi uma mensagem e peguei meu celular para olha-la.

" Chegamos aí em quinze minutos"

Era da minha mãe. Que ótimo, agora ainda teria que lidar com esses dois. Mas eu ia descobrir logo o que eles queriam, assim me deixariam em paz.

Respondi um "ok" e liguei para a tia Emma.

_ Alô_ ela atende.

_ Oi tia Emma, você poderia ficar com o Isaac até mais tarde?

_ Fico sim meu lindo, sem problemas. Mas aconteceu alguma coisa?_ ela devia ter percebido meu tão de voz desanimado.

_ Digamos que meus pais estão vindo pra cá daqui a pouco e eu não estou nem um pouco afim de lidar com isso_ respondo indiferente.

_ Mantenha a calma Nathan. Eles tem uma coisa muito importante pra te falar.

_ Você sabe o que é?

_ Talvez. Mas tenha paciência com eles querido.

Suspirei tentado me acalmar.

_ Tudo bem. Tchau!

_ Tchau.

Desligo o telefone e o jogo na mesinha da sala. Me levantei e fui até a sacada da sala, fiquei olhando o céu cinzento que demonstrava.

Fiquei lá por vários minutos tentando não pensar na Liz, mas falhei. Eu não tinha o direito de ter dito aquilo a ela. Eu conheço e sei que perdoaria seja quem for, mas conviver assim com ele? E se eles estiverem voltado? E se ele estiver mentindo apenas para prejudica-la novamente?

Meus pensamentos foram interrompidos pela batida na porta. Fui até lá e respirei fundo antes de abrir.

Vai lá Nathan, você consegue!

Abri a porta e encontrei meus pais, se assim os posso chamar, me analisando de cima a baixo com os olhos. Meu pai mantinha uma expressão séria no rosto enquanto minha mãe sorriu tímida.

_ Entrem_ disse os dando passagem.

Eles entraram e se sentaram no sofá. Não deixei que o silêncio se prolongasse e logo perguntei:

_ O que fazem aqui, alem de vir buscar meu irmão?_ perguntei indiferente.

Eles se entreolharam e minha mãe me olhou com um olhar de pena.

_ Queremos... Te pedir perdão Nathan_ ela diz calma mas com uma certa aflição nos olhos_ Por não termos sido os pais que você merecia. Você não mereceu passar por aquilo que passou_ uma pequena lágrima escorreu de seu rosto e eu percebi que estava sendo sincera_ Não sabe o quanto me carreguei de culpa desde que se mudou para cá. A cada minuto que se passava eu pensava em você e em como estaria. Não consigo me perdoar por isso, se você mesmo não me perdoar.

_ Por que não me falaram isso antes então?_ pergunto assim que ela termina_ Já estou aqui a quase quatro anos.

_ Eu não tinha coragem. Achava que não me perdoaria nunca.

_ Não queremos pedir que volte para Seattle_ meu pai diz com a mesma aflição da minha mãe. Era a primeira vez que eu o via assim_ Você construiu uma vida aqui filho e não queremos atrapalha-la. Só queremos que nos perdoe se não for pedir muito.

Eu levei um tempo para absorver tudo aquilo. Eles vieram aqui me pedir perdão?

Não ouvia nada além de meus pensamentos. Eu... Eu não conseguia acreditar que eles estavam dizendo isso, sonhei tanto com essas palavras, com esse carinho, sonhei tanto em tê-los de volta que agora não sabia o que pensar.

_ Acho que demorei tempo demais para te dizer isso. Agora já é quase tarde e eu queria ter mais tempo com você meu filho_ ela derrama várias lágrimas e meu pai a abraça por trás.

_ O que? Do que está falando?_ pergunto confuso.

Ela derramou mais algumas lágrimas até se controlar e dizer com a voz falha e abafada.

_ Eu estou com uma doença gravíssima, e não tenho mais muito tempo de vida.

Meu mundo acabou nesse instante. Doença? Como assim?

Não, não podia ser. Quando eu tenho a chance de ter meus pais novamente para mim, isso aparece. Eu não sabia se chorava ou não, mas era o que mais queria. Ela não podia morrer, não agora. Ela teve culpa? Sim, mas eu também tive. Deixei o orgulho me invadir e não busquei perdoa-los antes.

_ Quanto tempo?_ pergunto com a visão embaçada.

_ Pouco_ ela responde quase sem voz.

Minha vontade era socar a parede do apartamento mas me controlei.

_ Não_ grito e meus pais se assustam com meu tom de voz_ Eu não quero isso. Não pode..._ sinto minha cabeça latejar e me levanto_ Preciso ir...

Digo e saio correndo do apartamento. Desço pelas escadas mesmo e saio do prédio sem mais nem menos. Corri pela rua, eu não estava em condições de dirigir. Não via nada, não ouvia nada, não saia nada de mim, apenas corria sem rumo até um carro parar de uma vez na minha frente me fazendo acordar.

Vejo a Liz sair apressada do carro e correr até mim.

Não pensei em mais nada, apenas a abracei e deixei as lágrimas caírem de mim me fazendo desabar no chão.

Ela se abaixou ao meu lado e me aconchegou em seus braços o que fez eu me sentir seguro, mas não aliviado...

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O menino dos olhos azuis!Onde histórias criam vida. Descubra agora