Se eu achei estranha a mãe do meu chefe? Sim, achei.
Mas me pareceu simpática e incrivelmente inteligente.
E devo admitir, foi divertido a mãe de meu chefe expressar seu ponto de vista sobre a vida amorosa dele.
Arrumei minhas coisas e liguei para as meninas as chamando para almoçar. Se eu tinha tempo livre iria aproveitar.
Encontrei com as duas no saguão e óbvio que elas perguntaram pelo chefe.
- Foi almoçar com a mãe dele. - respondi com um sorriso.
Bruna deu risada e comentou:
- Filhinho da mamãe é?
Cris deu a risada que sempre foi sua característica: escandalosa.
- Não acredito! - disse depois que recuperou o fôlego.
- Vocês deveriam conhecê-la. Uma figura aquela mulher.
E assim fomos almoçar enquanto eu narrava a minha conversa com Ana Drummond.
As meninas acharam divertido a história e mal podiam esperar para conhecer a toda poderosa.
- E então fofa, vai conosco no sábado não é? - questionou Cris me olhando atentamente.
Sábado. Encontro das garotas. Numa boate. Não estava muito afim não.
- Qual o problema de vocês em passar uma noite de sábado comendo pizza com muito queijo e tomando um vinho maravilhoso? - perguntei sem acreditar que teria que sair de casa.
- Porque Srta. Antisocial, é a minha vez de escolher o que vamos fazer. - respondeu Cris com um sorriso que mais parecia com o do gato no país das maravilhas.
- Mal posso esperar pra ver você com alguém na boate. - disse Bruna - vai ser algo que definitivamente não vou perder.
- Que tipo de amiga é você Bruna? - perguntei irritada.
- O tipo de amiga que coloca lenha na fogueira. - responde a safada antes de tomar seu suco.
Palhaçada essas duas.
Suspiro em derrota.
Sair para um lugar cheio de gente? A ideia não era nenhum pouco tentadora.
Felizes que não haveria resistência de minha parte sobre sábado a noite, as duas cretinas mudaram de assunto e começaram a planejar tudo sobre nossa saída. Recém era segunda feira pelo amor de Zeus.
Chegamos ao escritório e essas duas até já tinham decidido que roupa iriam.
Não sei porque ainda me surpreendo na verdade.
Escutamos as vozes do nosso chefe e da mãe dele assim que saíram do elevador. Ao que parece o almoço foi uma loucura pra eles.
- Essa é a mãe dele? - sussurrou Bruna pra mim.
Fiz um pequeno sinal afirmativo.
- Querido,você não deveria ter feito aquilo. - repreendeu Ana.
- Eu fiz e faria de novo. Ele merecia mais que um soco aquele filho do cão sarnento.
Nesse momentos a Cris dá sinal de vida, ou seja, ela riu.
Bruna colocou a mão no rosto em sinal de descrença e assim que o chefe me viu, dei de ombros.
- Oi querida.- cumprimentou Ana quando me viu.
- Boa tarde Sra. Drummond. Essas são minhas amigas e funcionárias da empresa, Bruna Ramos e Cristiane Santos. Almoçamos juntas agora pouco. Seu almoço foi agradável?
- Desculpe pela risada Sra. Drummond, mas foi inevitável. - diz Cris na maior cara de pau.
Essa minha amiga...
- Não tem problema querida. Eu entendo perfeitamente. E respondendo a sua pergunta Elena, o almoço foi bem até meu filho dar um soco na cara de um rapaz em pleno restaurante.
Bruna olhou com curiosidade para nosso chefe. Ele estava de braços cruzados e com uma carranca que nos surpreendeu. Onde estava o bom humor dessa criatura?
- Deu um soco na cara de alguém em um restaurante? - perguntei só pra confirmar.
- Eu dei um soco na cara de um indivíduo desprezível que deu, escute bem, que deu em cima da minha mãe achando que ela era uma qualquer. Então, sim. Eu estraguei o rosto do safado. - explicou ele com a raiva explícita em cada palavra.
Ora, ora...
- Você não precisava ter feito isso sabia? Poderia ter chamado o segurança. - repreendeu a mãe dele brava. Ou tentando parecer porque ela ficava muito fofa assim.
- Ou quem sabe eu poderia chamar o meu pai, seu marido. Que tal mãe? - retrucou ele olhando bravo pra ela.
- Deus! Porque colocou um ciumento na minha vida e me deu outro mais ciumento ainda? - ela colocou as mãos nas têmporas e começou a resmungar.
Eu olhei para o meu chefe e este apenas deu de ombros.
- Então nós já vamos não é Cris? - perguntou Bruna olhando para o relógio.
- O que? Ah sim. Foi um prazer conhecê- la Sra. Drummond. - responde Cris indo com Bruna até o elevador. As duas acenaram e eu revirei os olhos.
- Adorei suas amigas Elena.
Olho para meu chefe depois desse comentário que sua mãe fez. Ele franziu o cenho.
- Sim. São excelentes amigas. - respondo calmamente.
- Vocês são amigas a muito tempo?
Olhei novamente para meu chefe. Olhei pra mãe dele.
- Sim. Somos. - respondi.
- Hum. Isso é interessante.
- O que é tão interessante nessa amizade? - perguntou meu chefe.
- Nada que seja da sua conta.- respondeu ela.
Dei um sorriso por essa resposta.
- Sr. Drummond.- chamei a atenção dele - sua reunião das 13:00. Não esqueceu não é mesmo?
- Não. Aliás, estamos atrasados mãe. Nos desculpe, mas precisamos ir. - fala para o ser pequeno ao lado dele que parece estar em outro mundo.
- Claro filho. Vou indo então. Tenham uma boa tarde vocês dois e boa sorte na reunião.
Ela se despede e vai embora.
- Sua mãe está bem? - questionei.
- Ela está mirabolando alguma coisa.
- Isso é preocupante?
Ele olha pra mim e avisa sorrindo:
- Pra você sim.
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Amando Um Coração Ferido
RomansaUma mulher que pensa que o amor não é pra ela. Um cara que tem a absoluta certeza de que o amor não foi feito pra ele . Duas pessoas entregues a própria sorte e vivendo um dia de cada vez. Dois corações convictos de que não encontrarão o amor de ver...