The Curses of Schwarzwald - Cursed Moon (kth) (CONCLUÍDA)

Capítulo 4

*1 MÊS*

Vasculhando o rolo da minha câmera acho a foto do garoto da floresta. Não acredito que já faz tanto tempo.

- Vamos? - James, o policial, pergunta do outro lado da porta.

Depois daquele dia na garagem, eu tentei aproximar-me dele, mas, ao contrário de mim, ele tratou de se afastar, com a desculpa de que nossa diferença de idade é muito grande. O que são oito anos se eu já sou maior de idade? Além disso, sei que naquela hora ele queria me beijar tanto quanto eu queria beijá-lo. Por que complicar as coisas?

Coloco a câmera no pescoço e saio do quarto.

- Casaco - ele estende a peça de roupa para mim.

- Não, obrigada - falo sem humor desviando dele.

Foi assim que ficou nossa relação, ele tentando consertar com pequenos gestos e eu, construindo uma parede atrás da outra. Se ele não quer ficar comigo, que pare de tentar aproximar-se então.

- Se você tiver hipotermia eu te largo lá e vou embora.

- Certo - sigo sem dar muita importância e desço as escadas. Eu sei que ele não vai deixar-me lá de qualquer jeito.

Vou direto para a porta, abrindo-a e o frio congelante me arrepia na mesma hora, mas isso não vai me impedir. Passo por ela e ele vem atrás de mim.

Entramos na floresta ainda em silêncio, fazendo tudo com cautela. Hoje é noite de lua cheia, por isso temos que ter cuidado. Quer dizer, James não sabe que escolhi hoje por isso, ele apenas se propôs a vir comigo com uma balestra, porque eu disse que viria atrás do garoto para tentar conversar - não que seja meu objetivo de verdade - e ele disse que eu seria morta por algum lobo no meio do caminho, além de não confiar em me deixar sozinha com o garoto. Ele também disse infinitas vezes que isso não era uma boa ideia, mas eu sei o que estou fazendo.

Sigo pela trilha, vou tentar fazer exatamente o que fiz na outra noite para ver se encontro a casa dele. Mas vejo algumas coisas que chamam minha atenção por serem cenários perfeitos para fotografar. Saio tirando fotos aleatórias até ver um cervo, um cervo. Nunca vi um cervo na vida. Mas ele está correndo como se fugisse de algo, então tenho que correr atrás para alcançar sua velocidade.

- Vá com calma - James fala.

- Silêncio, vai assustá-lo mais - falo irritada e volto a correr, a neve está tão alta quanto naquele dia.

Então um barulho alto e podemos ver o majestoso coiote saindo das árvores. Tiro a foto e teria sido pisoteada pelo cervo se James não tivesse me puxado.

Ele tapa minha boca e depois leva o indicador aos lábios, pedindo silêncio.

Sinto a neve gelada começar a queimar meus braços nus. O coiote que estava correndo passa direto por nós e logo vemos a razão um lobo passa correndo atrás.

Não um lobo, o lobo. Eu encontrei.

Ele não só alcança o coiote, como agarra o animal no ar e começa a destroça-lo. Fecho os olhos por alguns segundos, tentando apagar a imagem da cabeça. Mas não demorou para perceber que não podemos ficar aqui, ou seremos as próximas vítimas.

Levantamos com cuidado, mas ele nos ouve, o focinho virando em nossa direção. E não sei se puxo James ou se ele me puxa, mas corremos para longe do animal. Porém não demora muito para que nos alcance. Alcance ele na verdade. Os dentes prendem em sua perna e ele cai, derrubando a balestra e dando espaço para que o animal morda seu ombro também.