Capítulo XXXII - Barganha

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Na ética, o mal é uma consequência do bem, assim na realidade da alegria nasce a tristeza.

Ou a lembrança da felicidade passada é a angústia de hoje, ou as agonias que são tem sua origem nos êxtases que poderiam ter sido.

Edgar Allan Poe

HAVIA SE PASSADO UMA SEMANA DESDE A MORTE DE KYUUBI quando Hinata Hyuuga acordou do coma e de um dos sonhos mais estranhos que já teve. E ela tinha experiência com sonhos estranhos para poder falar isso.

A realidade que a esperava também não era menos estranha, com seu pai ao lado da sua cama e parecendo preocupado com ela. Ela não tinha certeza de por quanto tempo isso iria durar, mas ei? Ela iria contar as suas vitórias. E a companhia de Hanabi no seu quarto sendo o adorável monstrinho de sempre compensava a esquisitice do pai delas. Sempre poderia contar com sua irmã para melhorar seu humor:

— Ei, fico feliz que esteja viva, Hina! Mas se você morrer ainda, posso ficar com seus mangás?

Então havia o fato de Naruto estar em algum lugar daquele hospital em como induzido, suas fotos terem sido encontradas como evidência, Gaara ter aparecido do nada no hospital e toda a história que ela andou passeando, de acordo com ele, como um zumbi enquanto estava desacordada.

Vai entender.

Pelo menos o desgraçado encontrou seu fim. Ela não havia falhado de todo em ajudar Naruto, mesmo que não lembrasse dos detalhes. Os detalhes, Naruto lhe contaria quando acordasse, ela tinha certeza. Porque ele iria acordar. Então ele iria rir com ela sobre o fato de ela estar extorquindo seu pai usando a culpa dele por nunca ter lhe dado atenção e ela quase ter acabado morta.

— Quem é ele? — Hanabi sussurrou, perdendo o propósito de tal quando apontou o hashi para Gaara que estava com um computador nas pernas, sentado na poltrona do seu quarto de hospital.

Ele tinha uma percepção incrível de só aparecer quando Hiashi Hyuuga não estava e de alguma forma conseguiu permissão para visita mesmo não sendo família. E ainda lhe trazendo informações sobre o outro ocupante do hospital no momento que lhes interessava, apesar de o acesso à Naruto estar tão restrito.

— Eu pensei que seu namorado fosse o outro com os policiais na porta do quarto? O que tentou usar o nome do otou-san para ver?

Não um de seus momentos mais orgulhosos, mas tudo valia e ela realmente queria ver se Naruto estava bem.

Gaara ficou com as orelhas vermelhas e Hinata segurou uma risada. Para alguém tão apático ele conseguia ser bem adorável.

— Nenhum dos dois são. — Respondeu em um falso sussurro.

Hanabi franziu o nariz, o rosto redondo muito perto do seu, a expressão desconfiada.

Sua irmã era mesmo um monstrinho adorável. E ela não havia deixado de a visitar religiosamente todos os dias para comer sua gelatina e falar mal da família delas.

— Eu suponho que é o melhor. — Ela concluiu. — Otou-san disse que você ia se casar no clã, se não fosse cabeça dura.

Só nos sonhos dele.

— Sorte que minha cabeça é dura. — Cutucou as faixas. — Nem bala penetra.

Gaara a olhou horrorizado e Hanabi cuspiu toda a gelatina em uma risada tão escandalosa que a professora de etiqueta delas ficaria horrorizada.

Quando Hanabi foi embora, tendo sido buscada por um primo delas, Gaara ainda continuou lá por um tempo, os dois passando pelas notícias na internet sobre tudo o que aconteceu nas últimas semanas.

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