Ato I - O garoto do Kyuubi

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Notais iniciais

Essa se passa quatro anos depois da morte do Kyuubi e de Naruto começar a viver com Madara. Hinata o convida para uma festa na mansão Hyuuga, e claro que Itachi e Kurenai vão juntos.

As pessoas em Konoha continuam horríveis como sempre.


Apesar daquele amaldiçoado tempo, meu espírito lutou contra a tempestade.

Edgar Allan Poe

Quatro anos após a morte de Kyuubi

ERA TÃO ÓBVIO O DESAGRADO DAS PESSOAS NAQUELA FESTA pela presença dos Uchihas, que até era um pouco engraçado.

Itachi, ignorando o olhar escandalizado de um dos membros anciões do clã Hyuuga ao notar a arma de Kurenai escondia na perna quando ela as cruzou, trocou um olhar de soslaio com a prima.

Havia clara diversão perversa ali e não poderia culpá-la. O clã Hyuuga era inimigo do Uchiha há gerações, os dois em lados opostos de Kohona. Eles estarem ali era um escândalo e a prova do quanto Hiashi Hyuuga havia se assustado com a possibilidade de perder a filha mais velha, mesmo quase quatro anos depois do incidente com Kyuubi.

Ajudava que aquilo também deveria ser um capricho da aniversariante. Hanabi havia arrastado Naruto deles logo quando chegaram, se agarrando ao braço dele e lançando sorrisos predatórios a qualquer um que se aproximasse para fazer alguma pergunta. Itachi ainda não tinha certeza se ela queria provar um ponto ou estava se aproveitando da presença dele para não lidar com alguns convidados.

Itachi, que a pedido de Naruto tentou não se tornar uma sombra ameaçadora o seguindo para todo lado, ficou aliviado quando Hinata o escoltou até o piano ao ver que ele estava desconfortável. A sua presença e a de Gaara, outro que claramente não era bem-vindo ali, espantava qualquer aproximação indesejada dos convidados que Kurenai e Itachi não conseguiam com apenas um olhar à distância.

Itachi queria ir embora desde o primeiro momento que chegou e conhecia Naruto o bastante para saber que ele também. Mesmo que ele tenha ficado tão melhor em esconder seu desconforto, para eles, que o conheciam bem, era claro que aquilo estava se tornando demais e que teriam que ir logo embora.

Enquanto isso, observou com certa curiosidade a dinâmica daquele clã. E não estava muito impressionado. Primeiro, era bastante claro quem era a filha favorita do clã. Hanabi, aos 14 anos, era uma política nata e claramente foi criada para assumir a liderança ao invés da irmã mais velha, que era olhada com desprezo pelo demais membros.

O monstrinho andava pelo salão com elegância e desenvoltura, lidando com as múmias com uma pegada de manipulação que lhe fazia entender a razão de Madara gostar dela. Ela era um tubarão que sabia sentir o cheiro de sangue e atacar, e o clã, encantado, nem mesmo percebia. Seria alguns anos interessantes quando ela assumisse os negócios da família, sem dúvidas.

Hinata, sentada no piano, parecia relaxada, mas percebia a tensão em seus ombros que indicavam que não queria estar ali, que não era comum estar nesses eventos. Mesmo que elegante, havia uma discrepância no estilo de roupa que ela usava, que provavelmente era proposital. Ela, claro, estava se tornando uma mulher muito bonita, nem mesmo a cicatriz daquele tiro, que mal se percebia após a cirurgia de reconstrução e os retoques de maquiagem, retiravam isso dela. Porém, faltava aquela frieza e segurança que a irmã tinha.

A Hyuuga mais velha era torta nas beiradas, afiada. Havia um claro aviso de que ela não se enquadrava ao molde dos Hyuuga, na camaradagem com as pessoas fora do clã, com a roupa mais simples que usava, sem a extravagância dos demais convidados. No tênis que ela usava com o vestido que havia feito Naruto segurar uma gargalhada quando havia visto.

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