24 de março de 2017,
Incheon, Coréia do sulYerin contou a Sowon sobre ter conhecido uma pessoa interessante em uma cafeteria em Seul, seja lá quem fosse, parecia ter feito bem a Jung, já que a aparência triste que essa tinha no hospital agora já era quase uma lembrança longínqua.
— Há mais coisa além disso... — a garota abraçou forte a almofada que tinha em seu colo e fez SoJung arquear de leve uma das sobrancelhas, receosa em relação ao o que ouviria, já que a mais nova parecia nervosa com suas futuras palavras. — Você não é a única que veio de Seul para cá... Sehun. Ele também está aqui, tomei a liberdade de chamá-lo para Incheon para nos encontrarmos e resolvermos as coisas.
— Você o que?! — Indagou apesar de ter ouvido com bastante atenção o que a Jung havia dito e rearrumou-se na cadeira em que estava, agora mais tensa do que anteriormente.
— Eu preciso de vocês dois... Posso não lembrar de muita coisa, mas sei que, por algum motivo, a relação dos dois não é das melhores agora e isso me machuca — sua expressão se tornou séria e ela soltou um suspiro pesado que parecia estar carregado com tudo que estava sentindo. — Como eu fico se meus dois melhores amigos não se dão mais bem? Você e SeHun viviam grudados um no outro e agora nem se falam! Por acaso, você também não tem saudades de como as coisas eram antes, SoJung?
A maior se manteve calada e apenas encarou o rosto de Yerin, que parecia implorar pra que ela concordasse com aquele encontro. Mal sabia a mais nova que SoJung e o Oh já haviam se visto enquanto ela estava internada. Não que aquilo tivesse tido consentimento de ambas as partes, mas, de qualquer maneira, eles haviam se visto e sido obrigados a conviver em harmonia. Desviou seu olhar para a janela do quarto e suspirou. Entendia que sua amiga precisava de o máximo de apoio nesse momento, que ela apenas queria ver as coisas como eram antes para sentir-se segura e não perdida como estava agora. Então SoJung chegou a uma conclusão de que teria de sacrificar alguns desejos seus, se quisesse ter a velha Yerin, ou pelo menos, parte dela, de volta.
— Tudo bem. Eu vou fazer isso. Por você — assentiu de leve e um pequeno sorriso se formou no rosto da mais nova.
— Obrigada.
(...)
Apesar do tempo não estar frio, SoJung estava com seu sobretudo marrom por cima do vestido azul marinho que vestia. Sua mente estava inquieta é isso fazia com que seus olhos rolassem, constantemente, de um ponto para o outro enquanto esperava Yerin. A mais nova tinha subido para procurar seu celular e nunca mais havia retornado para a sala. Em silêncio, SoJung se perguntava em que momento a outra havia perdido o aparelho.
Ouviu passos na escada e quase deu graças aos céus. A mais nova parou de pé na à sua diagonal e deu um sorriso amarelo.
— Ele estava na minha bolsa — contou, fazendo os olhos de SoJung rolarem em uma espécie de sermão silencioso.
— Tudo bem... Nós podemos ir? — Mudou de assunto enquanto levantava-se.
A morena checou a tela do celular e analisou com cuidado as informações ali presentes.
— Hum... Sim, Sehun falou para o encontrarmos aqui... — virou o visor do aparelho para SoJung.
Era um parque de diversões que os três iam com grande frequência a anos atrás. Novamente, a Kim sentiu-se desconfortável, mas apenas assentiu e comentou que sabia onde ficava o lugar. As duas se dirigiram para frente da casa e iniciaram uma caminhada silenciosa. Depois do que devia ser uns vinte e cinco minutos andando, finalmente chegaram ao seu destino e lá estava Oh Sehun próximo a sua moto. Aproximaram do maior sem pressa e um clima estranho se instaurou entre eles até que Yerin resolveu abrir a boca para acabar aquele desconforto.
— Eu acho que precisamos conversar, não acham?— Mordeu seus lábios e sentiu-se ansiosa. Não recordava de muita coisa, apenas de uma conversa entre eles que parecia ter acontecido minutos antes do acidente em questão.
Agora que estava ali de frente um para o outro, milhões de perguntas, que talvez nunca fossem respondidas, começaram a pipocar em sua cabeça. Seria bom descobrir o que havia acontecido de fato? Saber como haviam chegado até o dia de hoje? Por que a amizade entre eles, que parecia ser forte como um nó, havia sido desatada?
A Kim e o Oh se entreolharam e assentiram em conjunto, apesar de os olhos da garota entregarem o que ela estava sentindo. Medo. A conversa com Doutor Byun, no dia que Yerin havia acordado, retornou a sua mente.
— Ela ainda me parece meio frágil, tanto mentalmente quanto fisicamente, e ela não parece se lembrar do acidente — limpou a garganta e olhou em direção a sua paciente.— Então, se puder evitar esse assunto ou qualquer outro que possa a deixar estavelmente abalada, eu agradeceria.
E se esse assunto que fossem tocar fosse algo que podia deixar a Jung abalada?
— Devemos entrar e procurar um lugar para conversarmos?— A voz da mais nova ainda era a única que se podia ouvir.
— Vocês estão com fome? Porque acho que o lugar mais calmo aqui é próximo das barraquinhas de comida— Sehun comentou colocando suas mãos nos bolsos da calça enquanto deixava seus olhos passarem pelas pessoas que seguiam em direção a entrada do parque.
— Um pouco — declarou Yerin dando uma risada fraca após suas palavras.
— Podemos entrar e pegar algo para comer, conversar e mais tarde ir aos brinquedos... — sugeriu.
SoJung, simplesmente, observava os dois, mantendo-se calada como se houvesse feito um voto de silêncio. A maneira natural como os dois conversavam era um tanto reconfortante, mas ao mesmo tempo estranha. Talvez porque Yerin não se recordava das coisas que haviam acontecido entre eles. Para a Kim, vê-los trocando palavras daquela maneira a trouxe uma nostalgia e então, mesmo estando tensa por pensar demais no que poderia acontecer, permitiu-se dar um meio sorriso enquanto se direcionavam a entrada do lugar.
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Dreamers;; Kim JongIn
FanfictionUm objeto tão simples quanto um piano pode ser tão insignificante para uns, mas tão precioso para outros. O sentimento muda de acordo com a forma como a música lhe toca. Duas pessoas com grandes sonhos seriam capaz de se apaixonar depois que tudo o...