스물 여섯(26)

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24 de março de 2017,
Incheon, Coréia do sul

Yerin contou a Sowon sobre ter conhecido uma pessoa interessante em uma cafeteria em Seul, seja lá quem fosse, parecia ter feito bem a Jung, já que a aparência triste que essa tinha no hospital agora já era quase uma lembrança longínqua.

— Há mais coisa além disso... — a garota abraçou forte a almofada que tinha em seu colo e fez SoJung arquear de leve uma das sobrancelhas, receosa em relação ao o que ouviria, já que a mais nova parecia nervosa com suas futuras palavras. — Você não é a única que veio de Seul para cá... Sehun. Ele também está aqui, tomei a liberdade de chamá-lo para Incheon para nos encontrarmos e resolvermos as coisas.

— Você o que?! — Indagou apesar de ter ouvido com bastante atenção o que a Jung havia dito e rearrumou-se na cadeira em que estava, agora mais tensa do que anteriormente.

— Eu preciso de vocês dois... Posso não lembrar de muita coisa, mas sei que, por algum motivo, a relação dos dois não é das melhores agora e isso me machuca — sua expressão se tornou séria e ela soltou um suspiro pesado que parecia estar carregado com tudo que estava sentindo. — Como eu fico se meus dois melhores amigos não se dão mais bem? Você e SeHun viviam grudados um no outro e agora nem se falam! Por acaso, você também não tem saudades de como as coisas eram antes, SoJung?

A maior se manteve calada e apenas encarou o rosto de Yerin, que parecia implorar pra que ela concordasse com aquele encontro. Mal sabia a mais nova que SoJung e o Oh já haviam se visto enquanto ela estava internada. Não que aquilo tivesse tido consentimento de ambas as partes, mas, de qualquer maneira, eles haviam se visto e sido obrigados a conviver em harmonia. Desviou seu olhar para a janela do quarto e suspirou. Entendia que sua amiga precisava de o máximo de apoio nesse momento, que ela apenas queria ver as coisas como eram antes para sentir-se segura e não perdida como estava agora. Então SoJung chegou a uma conclusão de que teria de sacrificar alguns desejos seus, se quisesse ter a velha Yerin, ou pelo menos, parte dela, de volta.

— Tudo bem. Eu vou fazer isso. Por você — assentiu de leve e um pequeno sorriso se formou no rosto da mais nova.

Obrigada.

(...)

Apesar do tempo não estar frio, SoJung estava com seu sobretudo marrom por cima do vestido azul marinho que vestia. Sua mente estava inquieta é isso fazia com que seus olhos rolassem, constantemente, de um ponto para o outro enquanto esperava Yerin. A mais nova tinha subido para procurar seu celular e nunca mais havia retornado para a sala. Em silêncio, SoJung se perguntava em que momento a outra havia perdido o aparelho.

Ouviu passos na escada e quase deu graças aos céus. A mais nova parou de pé na à sua diagonal e deu um sorriso amarelo.

— Ele estava na minha bolsa — contou, fazendo os olhos de SoJung rolarem em uma espécie de sermão silencioso.

— Tudo bem... Nós podemos ir? — Mudou de assunto enquanto levantava-se.

A morena checou a tela do celular e analisou com cuidado as informações ali presentes.

— Hum... Sim, Sehun falou para o encontrarmos aqui... — virou o visor do aparelho para SoJung.

Era um parque de diversões que os três iam com grande frequência a anos atrás. Novamente, a Kim sentiu-se desconfortável, mas apenas assentiu e comentou que sabia onde ficava o lugar. As duas se dirigiram para frente da casa e iniciaram uma caminhada silenciosa. Depois do que devia ser uns vinte e cinco minutos andando, finalmente chegaram ao seu destino e lá estava Oh Sehun próximo a sua moto. Aproximaram do maior sem pressa e um clima estranho se instaurou entre eles até que Yerin resolveu abrir a boca para acabar aquele desconforto. 

— Eu acho que precisamos conversar, não acham?— Mordeu seus lábios e sentiu-se ansiosa. Não recordava de muita coisa, apenas de uma conversa entre eles que parecia ter acontecido minutos antes do acidente em questão.  

Agora que estava ali de frente um para o outro, milhões de perguntas, que talvez nunca fossem respondidas, começaram a pipocar em sua cabeça. Seria bom descobrir o que havia acontecido de fato? Saber como haviam chegado até o dia de hoje? Por que a amizade entre eles, que parecia ser forte como um nó, havia sido desatada? 

A Kim e o Oh se entreolharam e assentiram em conjunto, apesar de os olhos da garota entregarem o que ela estava sentindo. Medo. A conversa com Doutor Byun, no dia que Yerin havia acordado, retornou a sua mente. 

— Ela ainda me parece meio frágil, tanto mentalmente quanto fisicamente, e ela não parece se lembrar do acidente — limpou a garganta e olhou em direção a sua paciente.— Então, se puder evitar esse assunto ou qualquer outro que possa a deixar estavelmente abalada, eu agradeceria.  

E se esse assunto que fossem tocar fosse algo que podia deixar a Jung abalada? 

— Devemos entrar e procurar um lugar para conversarmos?— A voz da mais nova ainda era a única que se podia ouvir. 

— Vocês estão com fome? Porque acho que o lugar mais calmo aqui é próximo das barraquinhas de comida— Sehun comentou colocando suas mãos nos bolsos da calça enquanto deixava seus olhos passarem pelas pessoas que seguiam em direção a entrada do parque. 

— Um pouco — declarou Yerin dando uma risada fraca após suas palavras. 

— Podemos entrar e pegar algo para comer, conversar e mais tarde ir aos brinquedos... — sugeriu. 

SoJung, simplesmente, observava os dois, mantendo-se calada como se houvesse feito um voto de silêncio. A maneira natural como os dois conversavam era um tanto reconfortante, mas ao mesmo tempo estranha. Talvez porque Yerin não se recordava das coisas que haviam acontecido entre eles. Para a Kim, vê-los trocando palavras daquela maneira a trouxe uma nostalgia e então, mesmo estando tensa por pensar demais no que poderia acontecer, permitiu-se dar um meio sorriso enquanto se direcionavam a entrada do lugar. 

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⏰ Última atualização: Aug 08, 2018 ⏰

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