Capítulo 13

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Meus olhos doíam a medida que tentava abri-los, minhas pálpebras pareciam pesadas demais, mas ainda assim me esforcei para ver algo. No começo não via quase nada, apenas sombras escuras, depois com um certo esforço comecei a ver uma fraca luz alaranjada no canto do olho direito.

Tentei movimentar a cabeça, mas doía como se tivesse levado um soco. Ao levantá-la, ainda com os olhos fechados, uma imensa dor no pescoço surgiu. Parecia que eu tinha ficado naquela posição por muito tempo e queria saber o por quê. Não me lembro de ter dormido...

Ao tentar levantar minha mão, alguma coisa a puxou de volta. Tentei pela segunda vez e não consegui. Estavam amarradas. Rapidamente entrei em pânico.

   Onde é que eu estou?

   Por mais que minha visão ainda esteja meio embaçada, pude ver uma sombra escura se aproximando.

Algumas memórias apareceram e finalmente lembrei do que tudo isso significava. Eu havia sido sequestrada. As imagens de Alec me segurando com tanta força veio à tona e uma onda de nervosismo correu por minhas veias. A velocidade da qual saímos da casa e paramos em frente ao jardim ainda é bizarra, não sei se estou confundindo as coisas ou realmente aconteceu. Será possível vampiros se movimentarem tão rápido daquele jeito?

Minha respiração de lenta e calma passou para ofegante e descontrolada, e a todo momento fiquei pensando na probabilidade gigante de eu morrer ali mesmo. Minha mente, apesar das minhas lembranças, ainda está bem confusa. Uma grande mistura de pensamentos me invadem e não sei qual devo dar mais atenção, não sei se a causa disso é medo ou a tontura que ainda sinto. Por um lado, estou preocupada com as meninas e tenho receio de que toda essa bagunça as envolvam. Louise, porém, não há muita preocupação. Acredito que ela tenha experiência com situações como essa, acho. Já por outro lado, tenho um enorme medo do que irei enfrentar adiante.

Aquela sombra se movimentando poderia ser a de Josephine. Com certeza o falso comprador Alec era um de seus capangas, não tenho a menor dúvida disso. Lou tinha toda a razão e eu deveria tê-la esperado ou chamado antes de abrir a maldita porta, fui tão burra! Agora estou perdida, assustada e meus pés e mãos estão completamente amarrados, tão bem apertados que nem consigo me mover. Que diabos acham quem sou?

   O batuque dos sapatos de aproxima e meu coração acelera. Sei que ainda não acordei direito, meu corpo ainda está todo mole, mas nada que eu faça poderá me tirar daqui. Minha mãe, ao longo dos anos, sempre me disse sobre confiança e positividade e por mais que eu tenha crescido dessa forma, a negatividade é sempre mais atraente. Sei que não deveria pensar assim, mas numa situação dessas é difícil até pensar com clareza.

Pisco diversas vezes e aos poucos a sombra vai ficando mais nítida, se formando numa silhueta masculina.

   O homem se aproxima, suspira e se afasta enquanto meu corpo todo estremece. Com mais algumas piscadas, minha visão vai voltando cada vez mais ao normal. Olho ao meu redor afim de ter alguma pista de onde eu esteja, mas não consigo identificar nada que pudesse ser de grande ajuda. Sei que estou amarrada numa cadeira bem dura em frente à uma bela mesa de jantar no centro de uma sala bem ampla e antiga, sei disso porque as paredes estão rachadas e dependendo do lugar dá pra ver alguns enormes buracos. Aquela luz alaranjada que vi quando acordei vem de algumas velas que também estão sobre a parede e quando me dou conta, o homem está bem a minha frente.

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