Capítulo 1

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Era um daqueles dias típicos de verão, aqueles que só de pisar para fora da casa você se derrete completamente, um daqueles dias que tudo que você quer é se despir e se jogar na água gelada na tentativa de aliviar o calor, mas graças a tecnologia enquanto eu estivesse dentro do meu quarto eu estaria livre disso. Com meu ar-condicionado ligado em 18° eu estava deitada na minha cama, assistindo "A desordem que ficou" e conversando com meu melhor amigo, Gabriel, pelo celular, e do nada como uma bomba Giovanna aparece abrindo minha porta rapidamente e logo fechando bruscamente fazendo um barulho enorme.

- Amiga! Eu estou mal. - Diz de forma manhosa e logo se joga na minha cama se aninhando em mim.

- Mas precisava de todo esse alvoroço? Por que você não entrou como uma pessoa triste normal que abre a porta e fecha como se aquilo custasse muito da sua energia?

- E por que você como minha amiga não para de reclamar? - Levanta se sentando de lado virada para mim fazendo uma cara emburrada como se tivesse brava.

- O que você quer? - Pausei o filme na esperança de prestar atenção no que ela tinha a dizer, mesmo sabendo que seria qualquer coisa fútil.

- Desabafar. - Ela se aninhou novamente deitando ao meu lado com a cabeça em meu peito enquanto comecei a fazer cafuné nela. E lá vai.

- Pode falar. O que tá preocupando a sua cabecinha? - Ela começou a falar, chorando mais uma vez por um fora ou alguma peça que esgotou antes de conseguir comprar, ou qualquer coisa do tipo que não prestei atenção porque tinha posto play novamente na série, mas mutado e legendado.

- Dá pra acreditar nisso? Eu tô indignada, a gente ficou por 1 mês e ele me dispensa assim. - Eu disse, quando ela começa a secar as lágrimas e se arrumar eu desligo a Tv e me sento na cama encostando na cabeceira. - Obrigada por me ouvir.

- De nada. Sabe que sempre que precisar pode vir falar comigo - Ela se levantou dizendo que precisava fazer algumas coisas com a mãe dela, se despediu e saiu dessa vez sem bater porta, mandando um beijo pelo ar antes de fechar completamente.

O episódio acabou e desci indo em direção a cozinha, estava morrendo de fome e meu pai ainda não chegou do trabalho e provavelmente vai ficar até mais tarde já a empregada foi liberada às 17:00, então estou sozinha. Olhei no armário e achei um bilhete.

Minha querida tem um pedaço de lasanha para você comer, sei que vai ficar com fome então deixei separado, o do seu pai está na geladeira já que só depois da 00h ele chega, caso você queira adiantar e esquentar para ele chegar e já comer, por volta de umas 23:40 você pode esquentar.
Beijos, se cuida.

Ela sempre pensa em todo mundo. Esquentei o meu, comi e depois deitei. Quando olhei o relógio era por volta de 23:40 ou 23:50, então esquentei a lasanha do meu pai, subi para o meu quarto e fui me preparar para dormir, amanhã teria aula.

Guilherme...

Agora eram 8:30 e eu estava na boca checando os carregamentos e as pessoas que estavam me devendo uma grana, revisando algumas coisas vi que tinha um carregamento pesado de armas vindo na semana que vem e se tentarem roubar essa carga vou ter grandes despesas.

- Junior vem aqui! - Gritei de dentro da minha "sala".

- Fala parça.

- Tá vindo um carregamento pesado de armas semana que vem e você manda os moleques reforçarem a proteção nela.

- Pode deixar. Mais alguma coisa?

- Aé, tem um cara me devendo muita grana, vai na rua... e se chegar lá e ele não tiver o dinheiro pode desce bala.

- Tá, beleza. Fui. - Ele saiu e eu puxei um pra me animar de continuar meus deveres.

Me tornei chefe daqui muito cedo, com a morte do meu pai não tive muita escolhas, mesmo que não fosse algo que eu queria para mim pessoas que não mereciam esse cargo estavam brigando entre si, eram pessoas que tornariam aqui um inferno e eu nasci aqui nada mais justo do que cuidar e proteger quem tanto me deu amor e carinho quando criança e por isso reivindiquei meu lugar, o que desagradou muitos.

Psicopata E O Dono Do MorroOnde histórias criam vida. Descubra agora