Capítulo 01 - 2009

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[Gael]

A leitura de testamento do meu pai e do meu avô, renderam-me uma revelação que eu não esperava: minha mãe teve um(a) filho(a) antes de mim! Segurando sua mão, subimos a escada e adentramos o seu quarto. Sentei na beira da cama, encarei minha mãe, que só chorava. Ela jogou-se no chão, deitou sobre os braços, começou a chorar e logo em seguida, soltou um grito longo e alto.

Levantei-me da cama, ajoelhei-me perto dela e abracei-a. Fiz com que ela se acalmasse e beijei seu rosto. Minha tia Raquel e meu tio Rodrigo adentraram o quarto.

― Nós fazemos parte dessa história, Becky. ― disse tia Raquel adentrando o quarto junto com tio Rodrigo. ― Seja qual for a história, estamos do seu lado. ― falou.

― Mãe. ― chamei-a. ―  Por favor, conte-me como tudo começou.― pedi.

Ela assentiu com a cabeça.

― Quando eu tinha 16 anos, eu sai com um rapaz que estudava comigo na mesma escola.― iniciou. ― Seu nome é Ângelo Kartzes. ― disse. ― Nós ficamos por um tempo e acabei perdendo minha virgindade com ele, mas ele acabou indo embora para Londres e terminamos. ― contou. ― Depois de um tempo, eu descobri que estava grávida. ― falou

― Ângelo nunca soube que esteve grávida dele? ― perguntou tia Raquel. 

― Quando eu descobri estar grávida, Ângelo já havia ido embora para Londres. ― contou olhando para o nada. ― Contei ao nossos pais sobre a gravidez e nosso pai me expulsou de casa. ―  enxugou as lágrimas.

― Meu Deus! ― indagou tio Rodrigo.

― Perambulando pelas ruas de Florianópolis, eu conheci o Josias. ― sorriu levemente. ― Nos apaixonamos á primeira vista. ― recordou. ― Josias me levou a um hotel e ficamos um tempo lá. ― segurou a mão de tia Raquel. ― Contei a ele sobre minha gravidez e a reação dele foi a que menos esperei. ― revelou.

― Josias se propôs a criar o seu bebê como se fosse dele? ― perguntou tio Rodrigo.

― Sim. ― respondeu mamãe. Eu a ouvia atentamente. ― Por isso, Odete me odeia. ― falou. ― Ela nunca aceitou que o filho assumisse o meu bebê. ― abraçou-me. ― Quando dei entrada no hospital, eu quis ter essa criança de parto normal. ― sorriu.

― Você sabe se é homem ou mulher, mãe? ― perguntei.

― Não, meu filho. ― respondeu e chorou. ― Logo depois que dei á luz, eu adormeci e acordei com seu pai brigando com todos no hospital pelo sumiço do bebê. ― lamentou-se.

― Grande homem foi o Josias. ― enalteceu tia Raquel.

― Desde então, ele se dedicava a encontrar essa criança. ― levantou-se e me olhou.― Essa é a história. ― falou.

― Obrigado, mãe.― agradeci. ― Podemos procurar juntos o meu irmão ou irmã, né.― sorri.

― Isso.― disse tia Raquel. ― Todos nós vamos nos dedicar a ajudar você a encontrar nosso sobrinho ou sobrinha. ― disse abraçando minha mãe.

― Obrigada por vocês compreenderem. ― agradeceu. 

― Não precisa, Becky.― falou tio Rodrigo. ― Somos sua família. ― sorriu.

Tia Raquel e eu fomos para a cozinha preparar alguma coisa para comer. No caminho indo para a cozinha, vó Odete aparece na porta da cozinha.

― Espero que vocês tenham uma ótima estadia nesta casa. ― disse encarando-me com ódio.  

― Obrigada, Odete. ― agradeceu sorrindo tia Raquel. ― Pode ter a certeza que minha irmã e meu sobrinho farão uma excelente estadia sem você por perto. ― falou.

Os Filhos do Meu Padrasto  (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora