Capítulo 27 - 2011

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[Gael]

O domingo pós Natal está um tanto morto. Depois que divulgaram meu vídeo beijando Marcos na orla, a vergonha me corroía. Desci as escadas mesmo morrendo de vergonha para tomar café e os olhares se voltaram para mim. Marcos está com o olho roxo por conta do soco que Edu deu nele. Estevão, meu pai e minha mãe me olharam, mas, nada disseram. Fui até a cozinha, pedi a Januária que levasse meu café da manhã no quarto e ela concordou. Subi as escadas sem olhar para trás, adentrei o meu quarto e fechei a porta. Pouco tempo depois, batem na porta e peço para entrar. Ao me virar para ver quem é eu quase infarto vendo que é Matheus. As lembranças da madrugada vieram em minha mente e o mesmo trazia meu café da manhã.

― Eu pedi para Januária me deixar eu trazer seu café. ― falou Matheus colocando a bandeja em cima da cama.

― Obrigado. ― agradeci sem graça.

― Sobre o que aconteceu hoje pela madrugada, eu sinto muito. ― disse Matheus encarando-me. ― Não queria que as coisas terminassem como terminou. ― lamentou.

― O errado da história fui eu. ― culpei-me. ― Eu deveria ter tido desde o início para Edu que Marcos me beijou. ― falei.

― As consequências seriam as mesmas, Gael. ― afirmou Matheus. ― Edu poderia até ter feito o que fez em Marcos contigo. ― avaliou.

― Eu lhe peço desculpas por ter te beijado. ― falou Marcos escorado na porta. ― Eu agi num impulso e acabamos expostos numa festa de fim de ano. ― disse triste.

― Edu saiu daqui machucado. ― falei triste. ― Seu olhar para mim foi de decepção e de nunca imaginar que eu o machucaria por dentro. ― chorei.

― Agora, é você focar na sua formatura e comandar a empresa de seu pai. ― disse Marcos.

― Eu vou lutar pelo amor do Edu. ― afirmei. ― Só não sei como.

2011 

Depois de um final de ano vazio sem Edu, eu soube por Flávio que desde o Natal passado, Edu se dedica ao trabalho. Ninguém havia comentado sobre o episódio do Natal. Nem meu pai, minha mãe ou mesmo Estevão. Fiquei pensativo o porquê desse silêncio e de ninguém vir me questionar o beijo em Marcos. Flávio está passando maior parte comigo, assim, como Sandro e Pedro. Os três sabem o quanto to sofrendo por não ter Edu do meu lado. Terceira semana de janeiro, no dia 17, voltou o expediente normal na Cherpinski Construtora & Empreendimentos. Os contratos só aumentavam e a empresa está na sua melhor fase.

Tio Rodrigo está todo envolvido com Jess, que acabou se apaixonando pelo meu tio. A maior parte do tempo, tio Rodrigo só fala nela. Após o almoço e de uma reunião, a secretária avisa que minha avó e de meu tio Moisés estão em minha sala me aguardando. O meu diploma já está na parede do meu escritório, porém, minha avó fazia questão que tio Moisés voltasse assumir a presidência da empresa. Adentrei a minha sala, e sentei na cadeira da presidência.

― O que desejam? ― perguntei sem rodeios.

― Viemos aqui entrar em um acordo. ― disse minha avó convicta.

― Que tipo de acordo? ― questionei-a.

― Eu vendo minha parte da empresa para o Moisés e ele volta a assumir a presidência. ― sorriu minha avó.

― Até onde eu sei, a senhora não tem parte nenhuma nessa empresa. ― lembrei-a. ― Meu avô deixou essa empresa para meu pai e, enquanto o processo dele não sai, eu sou o único herdeiro do império Cherpinski. ― falei.

― Isso é uma injustiça! ― esbravejou tio Moisés. ― Eu sempre me dediquei a essa empresa e o reconhecimento por sua parte é zero. ― falou indignado.

Os Filhos do Meu Padrasto  (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora