[Pedro]
De repente, eu estava andando pelo pátio da faculdade no primeiro dia de aula. As aulas percorreram tudo bem. Caminhei até a biblioteca para pegar alguns livros para eu estudar e acabei ficando na biblioteca. Um rapaz tatuado, altura média, corpo másculo e com um olhar sinistro, não parava de me encarar. Aquilo estava me deixando sem graça. Só estávamos nós dois dentro da biblioteca, que funcionava até ás 23h00 durante a semana. O relógio marcava 21h55. Assustei com o horário e não havia percebido que passei a tarde toda e quase a noite também na biblioteca.
Aquela sexta-feira chuvosa e com raios, me fizeram querer minha casa o mais rápido possível. O homem tatuado ainda me encarava e nada dizia. Arrumei minhas coisas e sai da biblioteca. Ao adentrar nos corredores, percebi não havia ninguém na faculdade. Só mesmo eu, o bibliotecário e o rapaz tatuado. Voltei na recepção da biblioteca e pedi desculpas pela demora. O menino meio nerd sorriu em confirmação de aceitação de minhas desculpas. Com medo do rapaz tatuado, esperei o bibliotecário. O rapaz tatuado saiu da biblioteca nos encarando e, quando olhei no corredor, ele havia sumido como uma assombração. O rapaz da biblioteca apresentou-se como Caio e eu falei o meu nome para ele. Nós tínhamos os mesmos gostos por animes e quadrinhos, afinal, somos os nerds da faculdade. Saímos da faculdade e a chuva caía como um dilúvio.
― Essa chuva está longe de acabar. ― disse Caio limpando os óculos.
― Verdade. ― respondi.
― Você é novo aqui, né? ― perguntou Caio ajeitando seus óculos.
― Sou sim. ― respondi sorrindo. ― Vim de outra faculdade que eu não gostei. ― falei. ― Fiz a prova de bolsa de estudo aqui e passei. ― contei sorrindo.
― Que maneiro, cara. ― falou Caio sorrindo. ― Eu também sou bolsista. ― contou.
― Você cursa o que? ― perguntei curioso.
― Engenharia mecânica. ― respondeu. ― Eu trabalho durante a tarde até a noite na biblioteca para pagar o meu aluguel, água, energia e comida. ― revelou. ― E aos finais de semana eu faço free lance numa lanchonete perto de casa. ― contou.
― Legal.― falei. ― Bem, eu trabalho numa loja do BarraShopping.― sorri.
― Você tem família? ― perguntou Caio.
― Minha avó morreu faz pouco tempo. ― revelei.
― Que barra, Pedro. ― falou Caio meio triste.
― Porque? ― perguntei.
― Eu sou órfão. ― revelou triste.
Fiquei sem resposta para dar ao Caio. Logo em seguida, Caio pediu um táxi e foi embora. Fiquei esperando a chuva amenizar um pouco debaixo do ponto de ônibus. De repente, o rapaz tatuado aparece no ponto assustando-me. Seu olhar me assustava cada vez mais. A rua estava deserta e só havia nós dois nela. Ele foi aproximando-se devagar e, até que numa agilidade, ele agarrou-me com toda sua força e alisava meu corpo. Ele olhou em meus olhos e beijou-me. Eu não correspondi ao beijo e o empurrei. Encarei-o com raiva.
― Você está louco? ― perguntei irritado.
― Louco de tesão por você, viadinho. ― falou indo para cima de mim.
Ao ver ele se aproximando, dei costas e ia correndo. Por ele ser um pouco mais alto que eu, ele conseguiu alcançar-me e puxou-me pelos cabelos. O rapaz tatuado cheirava meu pescoço, beijava meu rosto e insistiu no beijo novamente. Eu queria gritar por socorro, mas não conseguia. A chuva ainda caía como um dilúvio. O tatuado ainda estava segurando-me pelos cabelos e arrastou-me para uma casa abandonada. Adentramos a casa, ele me jogou com força no chão e ficou encarando-me.
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Os Filhos do Meu Padrasto (Romance Gay)
Storie d'amore1°Lugar em #romancegay (30/10/2018) Ser filho único e, de repente, ver-se morando com os cinco filhos de seu padrasto, é um pouco assustador para Gael Cherpinski. Criado sem irmãos e, com o casamento de sua mãe, a socialite Rebeca Cherpinski, com o...