19. Uma última dança

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— Não acredito que já existe uma recompensa pela sua cabeça – disse Yuri, trazendo a bacia de pipoca

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— Não acredito que já existe uma recompensa pela sua cabeça – disse Yuri, trazendo a bacia de pipoca. – Esperava isso daqui há alguns meses, não tão cedo.

— O pior é a forma como ele falou – afastei a perna para ele se sentar comigo no sofá e continue – Ele olhou para a câmera como se estivesse me encarando e disse que qualquer pessoa que ligasse e ajudasse a me prender receberia uma recompensa.

— Não existe alguma lei contra isso? Parece algo ilegal para mim. Não estamos no velho oeste!

— De qualquer forma, terei que tomar cuidado daqui para frente. O que será bem difícil levando em conta que as pessoas andam me chamando de Justiceiro Gay.

Poder reclamar com ele era reconfortante, talvez aquele fosse o ponto alto do meu dia e mal prestávamos atenção no filme.

Depois que Yuri chegou contei tudo relacionado ao Lutador Verde e escondi qualquer coisa relacionada ao fato do pai dele querer me colocar na cadeia.

O garoto acompanhou a repercussão do que fiz. Segundo ele, muitas pessoas estavam postando fotos com a bandeira LGBT e uma máscara parecida com a que usei. Ao que parece, minha imagem se tornou viral e a maioria dos vídeos em alta no YouTube falavam sobre mim.

Havia uma onda de pessoas ao meu lado, mesmo que a quantidade de haters também aumentasse a cada minuto.

— Não faz tanto tempo assim desde que você se tornou popular na internet e fizeram até paródias com o vídeo de você batendo naqueles caras com o taco de baseball. Sinceramente, acho incrível toda essa repercussão. Viu os twittes daquele deputado?

— Sim, infelizmente vi isso.

— Ele acredita que você é um exemplo de como os gays são instáveis mentalmente. Imagina a cara dele quando souber que você é hétero!

Ele encheu a boca de pipoca, focou no filme e tentou entender em que parte estávamos.

— O objetivo aqui é ninguém saber nada sobre mim. – lembrei.

— Olha, talvez fosse uma boa ideia a gente buscar a imprensa de uma maneira anônima. Podemos pelo menos falar para te chamarem de Lutador Verde ao invés de "Justiceiro Gay", porque acho esse nome que inventaram ridículo!

— É sério, Yuri. Eles não podem nem sonhar que sou eu quem faço essas coisas. Caso contrário vou preso e tudo o que tentei fazer de bom vai ser reduzido à zero por conta dos meus métodos. Imagina como isso pode prejudicar a comunidade LGBT.

— Eu te entendo. De verdade. Mas as pessoas não sabem ainda o que você quer com isso tudo. Têm quem acredite que é só uma coincidência você ter batido só em homofóbicos.

— Não, está fora de cogitação. Não vou correr riscos desnecessários.

— Por favor.

— Eu disse não.

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