[CONCLUÍDA] Após a morte do filho, Jonas decide ir até as últimas consequências para mudar a forma como a sociedade enxerga a homossexualidade - mesmo que para isso tenha que lutar contra cada homofóbico que apareça pelo caminho.
1° Lugar no concur...
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Uma das psicólogas deve ter contado para Amélia sobre minha conversa com Diego, pois no dia seguinte fui afastado do abrigo. Tentei alertar a diretora sobre o perigo que a ala LGBT corria, mas ela me ignorou e falou que alguns dias em casas me ajudariam a colocar a cabeça no lugar.
Saí de lá furioso, mas a verdade é que estava enfrentando problemas demais naquele momento. Poderia usar o tempo longe do abrigo para arrumar minha vida, colocar tudo em ordem e me concentrar nos projetos que queria realizar. No futuro, conversaria novamente com Diego e tentaria mostrar que ninguém ali era inimigo dele e todos mereciam respeito e consideração.
Na escola, resolvi passar testes físicos para os alunos. Fiquei de olho em Yuri, na forma como ele ficava próximo do Bruno — que tentou evitar contatos excessivos para os colegas não perceberem que existia algo entre eles. Aquilo me aborrecia cada vez mais e optei por acabar a aula cedo.
Foi no intervalo que decidi sair da sala dos professores e procurar pelo Yuri nos corredores. Afinal, precisava de ajuda para mais uma das minhas loucuras.
Quando avistei o garoto, ele estava sentado nas escadas da biblioteca e conversava com uma amiga. Bastou me aproximar para ele exibir um sorriso gentil e se levantar.
— O que faz aqui? – perguntou, sem graça. – Professores não costumam ficar no pátio na hora do intervalo.
— Desculpe quebrar a regra, mas quis vir te ver – falei, como quem não quer nada. Cheguei mais perto para dizer algo no ouvido dele. – Certa vez você disse que tinha algo guardado para mim.
Ele abriu um sorriso cúmplice, deu um pulo e me pegou pela mão para me guiar em direção aos armários. Alguns olhares me deixaram constrangido, principalmente por Yuri ser do tipo que rebolava um pouco enquanto andava.
— Trabalhei nisso por muito tempo, deixei aqui porque sabia que cedo ou tarde você iria querer. Parece que o momento chegou!
— Não se entusiasme. Vou à uma boate, então não é nada do que você está pensando – menti.
Ele não caiu nessa, mas não insistiu para saber a verdade. Abriu o armário e tirou uma caixinha de papel.
— Você embrulhou?
— É um presente, nada mais lógico do que enfeitar um pouquinho.
Tentei abrir a caixa, mas ele me segurou.
— Aqui não – alertou. – Ninguém deve ver, senão podem te ligar ao Lutador Verde.
— Já disse que é apenas uma festa.
— Pois bem, coloque só quando estiver na sua "festinha" então. Até lá, deixe a caixa fechada – Antes de se afastar ele avisou. – E não se esqueça de usar luvas!
Gostei do jeito dele, era a primeira vez que o via dando ordens e achei de certo modo divertido.