[CONCLUÍDA] Após a morte do filho, Jonas decide ir até as últimas consequências para mudar a forma como a sociedade enxerga a homossexualidade - mesmo que para isso tenha que lutar contra cada homofóbico que apareça pelo caminho.
1° Lugar no concur...
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Em novembro de 2016, a ONG Transgender Europe publicou o ranking de países com os maiores índices de homicídios de pessoas transgêneras. Para surpresa de alguns, o Brasil conseguiu ficar no topo dessa lista, somando ao menos 868 travestis e transexuais assassinados nos últimos anos.
Lembro de uma reportagem especial do jornal Correio Braziliense que exemplificava isso: Em 2014, no Rio de Janeiro, um pai espancou o filho de 8 anos até a morte, na tentativa de ensiná-la 'a ser um homem', já que o garoto vestia roupas femininas e rebolava enquanto lavava a louça.*
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Casos como esse frequentemente estão estampados na mídia e continuam a acontecer. O volume de pessoas mortas por preconceito no Brasil é alarmante, mas não me surpreende. Não levando em conta o índice de intolerância fruto da escassez de políticas públicas que apoiem a diversidade. Eu mesmo saí da faculdade de Educação Física, me tornei professor e jamais tive sequer uma palestra sobre como lidar com alunos LGBTs. Isso foi algo que tive que aprender na tentativa e erro, e por isso devo ter machucado mais pessoas do que posso imaginar.
— Parece que tudo saiu conforme o planejado – comemorou Judith, abrindo duas latas de cerveja que tirou da geladeira e entregando uma para o Yuri.
O garoto ficou animado com a possibilidade de fazermos um brinde, mas antes que tivesse a oportunidade tirei a lata das suas mãos bruscamente.
Não era porque já o vi beber que incentivaria a pratica.
— Nada de cerveja para garotos de 17 anos na minha casa – concluí.
— Pois saiba que faço 18 anos em treze semanas.
— Engraçado, pensei que só grávidas contavam os meses em semanas.
Ele cruzou os braços, irritado, e sentou-se na bancada da cozinha enquanto Judith se encarregava de terminar com as cervejas.
Ficamos alguns minutos ali sentados, conversando e nos preocupando com o que viria em seguida para o Lutador Verde quando Antoni fosse demitido do canal 12 e a recompensa pela minha cabeça deixasse de existir.
Ao que parece, Judith estava disposta a me ajudar naquela empreitada e o auxílio dela seria de grande valor, assim como o de Yuri — que precisava de mais treinamento, porém em breve poderia sair comigo para as ruas.