[CONCLUÍDA] Após a morte do filho, Jonas decide ir até as últimas consequências para mudar a forma como a sociedade enxerga a homossexualidade - mesmo que para isso tenha que lutar contra cada homofóbico que apareça pelo caminho.
1° Lugar no concur...
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— Você ameaçou um menino de 11 anos? – Yuri arregalou os olhos, incrédulo.
— Ele levantou a ideia de matar uma pessoa por ela ser gay. Sei que ele tem traumas, mas nada justifica isso!
— Mesmo assim, não foi o jeito certo de agir. – Ele lambeu a casquinha do sorvete, que começava a derreter por conta do calor. - Tem que saber se controlar.
— Era uma situação complicada. Depois disso ele chorou, então o levei para conversar com as psicólogas e ainda por cima tive uma conversa com os seguranças do abrigo. Dessa vez Amélia vai ter que me escutar e tirar os LGBTs daquela ala antes que alguém se machuque.
Yuri fez uma careta como se o sorvete estivesse amargo.
— O que foi? – Perguntei.
— Sinceramente, Jonas? Não acho que Amélia se importa muito com isso.
Fiquei surpreso por ouvir aquilo. Ele percebeu e tentou consertar o que disse.
— Ela ama o abrigo, isso é evidente, mas não acredito que Amélia realmente "goste" de homossexuais.
— Ela fez algo com você? Te destratou?
Yuri negou.
— Pode ser apenas impressão minha, mas ela parece muito mais suportar gays do que realmente se preocupar com eles.
— Ela te abriga na própria casa.
— Desde que eu permaneça a uma distância segura dos filhos e do marido dela – contou, com um sorriso triste. – Amélia faz o que é politicamente correto, mas não gosta de verdade da minha presença. Sou apenas um aluno que ela tem que cuidar.
Pensei no que ele disse e me perguntei como Adam conseguiu o endereço da minha casa.
Me recusava a acreditar que Amélia tinha algo a ver com aquilo, até porque ela não teria aceitado Yuri se o quisesse longe. Principalmente depois que revelei tudo sobre o passado dele.
— Você pode ficar na casa da Judith por um tempo.
Yuri riu alto.
— Sua ex-esposa me odeia!
— Claro que não. Ela só não viu o quanto você é especial.
Acho que não deveria ter dito aquilo. Tanto ele quanto eu ficamos sem graça.
— Não, obrigado – respondeu. – Amélia nunca me destratou. Vou ficar bem desde que não a perturbe.
— Quero que fique em um lugar onde se sinta seguro.
— O único lugar onde realmente me senti bem foi na sua casa e nós dois sabemos que não vou mais voltar a morar com você.
A resposta dele me deixou com um bolo na garganta. Tudo o que mais queria era tê-lo de volta, mas o beijo revelou que isso seria impossível.