23. A ameaça

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No boxe, não existe um campeão mundial assumidamente gay, mas Orlando Cruz chegou perto de conquistar o título

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No boxe, não existe um campeão mundial assumidamente gay, mas Orlando Cruz chegou perto de conquistar o título. O porto-riquenho disputou em 2013 o cinturão dos pesos pena, perdendo para o mexicano Orlando Salido — seu xará.

Um fato interessante é que Cruz subiu no octógono com um calção com as cores da bandeira LGBT e causou comoção por conta disso. Tanto que, a derrota do pugilista, levou a comentários homofóbicos por parte do público.

Logo mais, em 2016, o boxeador sofreu com mais desses comentários, vindos de membros da liga dessa vez. Após ser tirado novamente da disputa, dessa vez pelo lutador Tony Flanagan, o tio e técnico do ex-campeão Tyson Fury, Peter Fury disse: "Esta é a diferença de um homem verdadeiro e metade de qualquer outra coisa". Além dele, Frankie Gavin — lutador britânico —, escreveu: "Não tenho nada contra pessoas gays, tenho amigos gays. Mas, se eu perdesse para um pugilista gay, seria alvo de piadas de amigos a minha vida inteira. Flanagan tinha de vencer". *

Na época, as palavras maldosas não significaram nada para mim, mas Damien assistiu a luta comigo e estava com o Twitter aberto. Acredito que ele tenha lido cada um desses textos.

 Acredito que ele tenha lido cada um desses textos

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— Enfaixe bem as mãos sempre que for treinar. Não economize na faixa – expliquei, analisando se Yuri tinha feito um bom trabalho sozinho. – Quanto à sua postura, ela está boa, mas mova-se sempre para a direita quando for enfrentar um rival. Exceto se for lutar contra um canhoto, aí sim pode se mover pela esquerda.

— São muitas regras para lembrar – reclamou Yuri.

— Já praticamos isso. É o básico, se quiser ser um lutador.

— E eu quero; mas não vejo como pode ser justo lutarmos um contra o outro. Você sabe mais do que eu e tem o dobro do meu tamanho.

— Sempre treine com lutadores experientes. Você pode até levar uma surra, mas treinar com alguém um nível acima te fará aprender – continuei. – Além disso, se quer lutar contra bandidos não espere que seja fácil. Eles têm golpes sujos e na maioria das vezes escondem armas.

A porta do quarto de exercícios se abriu e nossa convidada entrou. Era Judith e ela se aproximou mesmo observando Yuri com estranheza.

— Ainda não acabaram com a brincadeira? – Perguntou, sentando-se na máquina de musculação e cruzando as pernas. – Pensei que fôssemos sair juntos hoje.

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