Surpresas do passado.

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Os dias em Noronha passaram rápido demais, gostaria de ficar mais tempo com Lavínia naquele paraíso, mas as responsabilidades nos chamavam de volta a Belo Horizonte.
Nosso voo iria sair às 14:00 então ainda tínhamos tempo para almoçarmos por ali mesmo, até porque Lalá já havia arrumado tudo praticamente na noite anterior, deixando poucas coisas para coloca na mala.

- Amor, será que lembramos de comprar todos os presentes?
- Lalá, só de termos comprado o de Karina já fico muito aliviada.
- Credo Isa! - ela disse soltando uma gargalhada enquanto eu fazia cara de medo.
- Iremos morrer de forma lenta e dolorosa se não levar nada para aquela garota.
- Não fala assim da minha amiga, ela não é assim.

Parei no meio do quarto e olhei para Lavínia cerrando os olhos, incrédula.

- Taaaaaa bommm! Iríamos morrer! - ela gargalhava.

***
Almoçamos no restaurante da pousada mesmo, aproveitando para nos despedir de todos ali.
Já em nossa conexão em Recife pedi a Lavínia para ligar e confirmar com Karina o horário que iríamos chegar, pois não haveria atrasos e por volta das 19:00 chegaríamos em Confins.

O voo foi tranquilo, quando chegamos Karina ainda não estava lá. Resolvemos não ligar pois ela poderia estar no trânsito.

Estávamos conversando e ríamos imaginando a cara que Karina iria fazer quando visse as alianças, quando de repente eu sinto ela ficar pálida, pego em suas mãos e estão geladas.

- Amor, está tudo bem? Está passando mal? Vem vamos nos sentar.  - Vi quando seus olhos começaram a lacrimejar me assustando. Ela apenas aperta minhas mãos.
- Não sai de perto de mim, por favor. - foi a única coisa que Lavínia disse.

Olhei o que ela tanto encarava e estava vindo em nossa direção uma mulher mais velha, muito elegante, mas com certa maldade no olhar. Trazia consigo um enorme sorriso que não me agradou em nada. E a cada vez que ela se aproximava, mais Lavínia apertava minha mão.

- Que coincidência maravilhosa Lavínia. Chegar ao Brasil e o primeiro rosto familiar que vejo seja o seu.- disse a mulher ainda sustentando o sorriso.

Afinal, quem era essa mulher? E de onde conhecia minha noiva? E principalmente, porque causa essa pavor em Lavínia?

- Olá Diana! Coincidência até demais. O que faz aqui?
- Uai! Não posso querer matar a saudades da minha terrinha e de algumas pessoas que aqui residem? - ela disse isso olhando Lavínia dos pés à cabeça, me deixando furiosa.

Apertei mais a mão de Lavínia, mostrando a ela que eu estava ali, com ela e por ela.

- A propósito essa é minha noiva, Isadora. - Abri um sorriso no mesmo momento levando a mão a minha frente para cumprimenta-la, que apertou minha mão com uma certa força se limitando apenas a um aceno de cabeça.

- Noiva é? Achei que estaria me esperando... - disse fazendo certo charme, e para mim isso já estava indo longe demais. Lavínia sentindo isso resolveu me puxar.
- Vamos ver se Karina já chegou amor.
- Hum! Karina está aqui? Preciso mesmo acertar algumas coisas com ela. - Diana disse isso segurando o braço da Lavínia e olhando para os lados como se procurasse por Karina.

Puxei o braço de Lavínia no mesmo instante e me coloquei a sua frente. Agora eu já sabia quem era essa dita cuja.

- Nunca mais toque nela. - Falei entre os dentes.
- Sempre com alguém por perto para te defender né Lavínia. -  Ela disse com um sorriso sarcástico.
- Veio para outra surra Diana? - Quando me virei Karina estava abraçada a Lavínia que já estava aos prantos.

Nem deixei Diana responder, já fui puxando as duas para o estacionamento.
Como haviam dois seguranças vindo em nossa direção Diana foi para o lado oposto ao nosso me deixando mais aliviada.

- Que merda foi aquela? - questionei visivelmente irritada.
- Aquela é a ex da Lavínia. Não imaginava que essa puta chegaria hoje.
- Você sabia que ela estava vindo? - Lavínia questionou ainda chorando.
- Sim, assim que Helena ficou sabendo me contou, isso pouco antes de vocês viajarem.
- Era isso que vocês estavam falando no dia em que fomos viajar?
- Sim meu amor, Karina me contou e foi eu que pedi para não lhe contar, pois estragaria nossos planos.
- Eu tinha o direito de saber. - vi a raiva tomando conta de Lavínia.
- Não, não tinha! Como não tem que saber nada sobre essa mulher. Você ficaria tranquila? Sabendo que Diana estava aqui? - Karina disse em um tom mais alto.
- Não, não ficaria, já teria vindo embora. E não quero você sozinha por aí. Ela deixou bem claro que ainda se recente com você.
- Vamos sair daqui, em casa conversamos. E você dorme conosco hoje. - eu disse olhando para Karina que apenas assentiu.

Peguei a chave do carro com ela, e dirigi em silencio até chegarmos ao meu apartamento. Eu estava furiosa por dentro.

Quem essa mulher pensa que é para chegar assim?

Meus pensamentos logo foram a Lavínia, imaginando o que ela teria passado nas mãos dessa mulher.
Olhei pelo retrovisor e as duas estavam abraçadas. Me deu um frio no estômago imaginando todo o sofrimento físico e psicológico que essa Diana as fizeram passar.
Mas não deixaria que ela tocasse nunca mais na minha garota.

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