Hospital

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Senti meu corpo todo tremer, meu coração estava acelerado e as lágrimas já tomavam meu rosto.  Corri em direção a Karina, ela estava desacordada, aferi seu pulso e estava bem fraco.

- Um médico por favor! Alguém chama uma ambulância pelo amor de Deus. - eu gritava aos prantos.

Quando ia abraçar minha amiga senti uma mão me segurar.

- Não toque nela amor, pode piorar a situação, a ambulância já está a caminho. - Isadora também estava chorando.

Rodrigo se aproximou sem entender o que acontecia quando viu o corpo de Karina muito machucado no chão.

- O que aconteceu aqui?

- A louca da Diana jogou o carro para cima dela. - falei gritando.

- Não foi bem assim... - Diana se aproxima com apenas um corte no rosto e visivelmente alcoolizada. - ela se jogou na frente do carro, e olhe como eu estou agora...

Não consegui me conter, fui para cima de Diana, dando alguns tapas em seu rosto.

- Você é louca! Olha o que você fez com ela! Sua mentirosa.

- Você é a louca aqui, aliás vocês duas... Me solta.

- Olha o tanto de testemunhas aqui Diana, não tem como você continuar mentindo, todos aqui viram o que você fez. - Isadora falou me puxando para longe daquela louca. 

- Amor, olha para mim. - Isa me segurava. - Lavínia, olha para mim! Vamos pensar em Karina no momento, deixa que com Diana eu resolvo.

Ouvimos sirenes, aproximou uma ambulância e uma viatura, sem percebermos Rodrigo havia chamado a polícia.

Os paramédicos chegaram e imobilizaram Karina, pude perceber que sua perna estava quebrada, me senti extremamente culpada, pois ela estava naquela situação apenas por me defender. Chorei mais ainda nos braços de Isadora. Se eu não tivesse sido tão burra em relação a Diana nada disso teria acontecido.

- Eu vou com ela. - informei a Isadora, enquanto eles colocavam Karina na ambulância.

- Tem certeza?  Podemos ir atrás da ambulância...

- Não, quero ir com ela.

- Pode ir com ela Lavínia, eu vou com Isadora. - Rodrigo disse ao se aproximar.

Ver Karina ali sem se movimentar, tão frágil,  estava me desesperando.

"Deus, não permita que aconteça nada pior. Por favor"

Segurei a mão da minha pequena e comecei uma oração, ainda não conseguia parar de chorar.  Um aparelho começou a apitar e o paramédico me afastou, informando ao outro sobre uma parada respiratória, não tenho como descrever a dor em meu peito naquele momento, ela não respeitava e eu estava apavorada em um canto da ambulância observando tudo.

- Pode se sentar, já estamos chegando, ela vai ficar bem. - o rapaz falava em um tom sereno.

- Kaká, não faz isso comigo... não me abandona... eu preciso de você minha pequena... você me prometeu... você... você me prometeu estar comigo sempre... - eu chorava muito.

- Já chegamos.

Assim que a ambulância parou eles tiraram Karina e a levaram para a emergência. Isadora parou logo atrás, sai correndo e me joguei em seus braços.

- Ela teve uma parada respiratória amor... eu não posso... eu não posso perdê-la. - falei atropelando as palavras.

- Não vamos perdê-la amor. - Isadora me abraçava forte. - Você precisa se acalmar um pouco, sente-se aqui que vou buscar água para você.

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