Estava tentando ao máximo transparecer tranquilidade para Isadora, mas estava sendo difícil, eu estava um poço de nervosismo, olhava o celular a todo instante. Karina que resolveu sumir do mapa, enviei algumas mensagens e nada dela visualizar.
"E se lá não tiver sinal de internet? Qual cidade deste mundo não tem internet? Não, ela recebeu as mensagens, então por que essa garota não olha o celular?" Será que ainda não chegou lá?"
Minha mente estava um turbilhão, muitas indagações, olhava para a janela daquele café completamente alheia a Isadora.
- Terra para Marte! Terra para Marte! - Isadora abanava as mãos a minha frente até tocar em meu braço. - Amor, posso saber o que está acontecendo?
- Não há nada acontecendo minha vida, apenas estou um pouco cansada, hoje o dia foi bem agitado. - menti com um meio sorriso.
- Tem certeza que não está assim por causa da sentença de Diana?
- Claro que não amor!
- Não seria estranho se estivesse, afinal vocês tiveram uma história, e não foi algo de um dia, foram anos. - senti um pesar em sua fala.
- Amor, não vou mentir dizendo que não senti nada, mas o que senti foi pena, pois poderia ter sido diferente, não em relação a ela e eu, mas em relação a vida dela.
- Entendo!
- Diana tem tudo, e sempre teve a mulher que quis aos seus pés. Mas seu gênio forte e sua arrogância afasta tudo dela. No fundo ela é só uma menina carente tentando chamar atenção. Mas o que ela fez com Karina não tem perdão, então me permito sentir apenas pena dela. Mas pra falar a verdade já até passou.
- Mas então por que essa carinha preocupada?
- Sono amor, apenas cansaço.
Já passava das 21 horas quando percebi meu celular vibrar, mas ele estava no sofá ao lado de Isadora, que o pegou para me entregar, mas antes vê a notificação da mensagem que dizia de quem era e o começo da mensagem.
- Você mandou aquela menina para o Japão amor? - Disse rindo e me entregou o celular.
- Não seja boba, se fosse para o Japão não teria chegado ainda, mas talvez seja perto do Japão... - disse rindo (mais de nervoso) e me virei abrindo a mensagem.
"Lalá, cheguei agora, esse lugar é longe demais! Vou dormir e amanhã começo a trabalhar"
Que alívio! Ela foi bem profissional. Agora era apenas aguardar.
Por Karina.
Pütz! Mas que estradinha ruim, deixou meu corpo dolorido, necessitava de banho e cama. A cidade realmente é muito pequena, havia apenas uma pousada bem simples.
Assim que estacionei o carro pude perceber alguns olhares curiosos, desci do carro e olhei em volta, como a noite estava bem quente tinham muitas pessoas sentadas em seus portões. Todos me olhando.
- Típica cidadezinha do interior. - falei para mim mesma. Estava me sentindo como a Tieta da novela quando voltou para o agreste. Sorri da minha comparação e adentrei a pousada.
- Boa noite senhorita Malta! Seja bem vinda a nossa pequena Cidade. - disse um senhor de meia idade que se encontrava atrás do balcão.
- Obrigada, Sr?
- Joaquim, pode me chamar de Joaquim. E o quê uma jovem tão bonita vem fazer em nossa cidade? - ele era simpático, mas um tanto curioso.
- Apenas descansar.
- Então escolheu o lugar certo, pois aqui é muito tranquilo. - Disse me direcionando ao meu quarto.
Se não fosse a tarefa que Lavínia me incumbiu eu estaria morta de tédio. Mas pelo contrário, ansiava em encontrar os pais de Isadora.
Peguei o celular e já estava tarde, havia muitas mensagens de Lavínia, resolvi apenas enviar uma mensagem sem muitas informações, pois Isadora poderia estar próximo a ela. Assim que recebi seu "OK" resolvi tomar um banho e dormir.
Senti o sol aquecer meu rosto, me cobri tentando afastar aquela claridade, mas o calor estava insuportável, peguei o celular e percebi que ainda era oito da manhã, imaginei como seria o calor de meio dia. Fui direto para o banheiro, necessitava de um banho frio, coloquei um vestido simples e leve, uma maquiagem bem suave e desci para tomar café e colocar minha pesquisa em prática.
Já eram quase dez da manhã, peguei minha bolsa, verifiquei que em um aplicativo no celular que a casa dos pais de Isadora não era muito longe dali, mas fazia tanto calor que decidi ir de carro e aproveitar o ar condicionado. Alguns minutos depois parei em frente à casa deles, era uma das melhores casas da cidade. Fiquei confusa, pois todas as vezes que Isadora falava sobre sua saída desta cidade sempre dizia que os pais eram bastante pobres e ela precisava sair de lá para trabalhar e tentar algo melhor.
Será que Isadora mentiu? Por isso nunca se aprofundava neste assunto?
Fiquei alguns minutos dentro do carro apenas observando a casa, procurava algum movimento, e logo percebi um senhor perto da casa com algumas sacolas na mão, já era bem idoso, ou aparentava ser.
Desci do carro e fui em sua direção.- Precisa de ajuda com as sacolas? - tentei ser gentil.
- Não minha filha, falta pouquinho agora. - ele me fitava com curiosidade.
- O senhor mora aqui? - olhei para a casa com um sorriso nos lábios.
- Sim, minha filha comprou para nos.
- Sua filha é Isadora Alcântara?
- Sim, ela mesma! Você a conhece? Sabe onde ela está? Ela está bem? - perguntava já com os olhos confusos.
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Escolhas
RomanceIsadora, uma jovem advogada, que no passado fazia programas para pagar a faculdade, que mesmo saindo com tantos homens nunca sentiu prazer de verdade e nunca se sentiu amada. Lavínia , uma publicitária jovem e romântica teve uma grande decepção em...