New York - EUA
P.O.V Justin Bieber 17:03 p.m.
A Callie me olhava assustada, bem assustada não, espantada fora do comum. Estava amarela e sem reação alguma, me vendo com a criança no colo.
— J-justin? O que faz aqui? Como entrou aqui? — Ela pergunta, nervosa e muito assustada, olhando pro bebê nos meus braços.
— Oi, Callie. — Falo isso, e ela engole em seco, andando lentamente afastada de mim pelo quarto. — Tem alguma coisa a me dizer? — Pergunto de maneira fria e vejo seus olhos marejados em lágrimas.
— Como descobriu? — Ela pergunta, e olho pra ele, dando um sorriso pequeno em seguida. — Fala. — Olho pra ela e respiro fundo, me aproximando, porém ela recua um passo atrás.
— Não foi difícil... Mas eu quero saber de tudo. Absolutamente tudo. — Exijo, e ela suspira, mantendo a calma.
— Tudo bem... — Ela puxa o ar. — Eu não sou a pessoa ideal pra te falar o que quer saber, então vamos fazer o seguinte. Vai pra casa, relaxa que e...
— Não! — A corto, fazendo ela arregalar os olhos. — Eu não vou sair daqui enquanto não me falarem a verdade e o que eu tenho direito de saber. — Falo, grosso e ela rola os olhos.
— Então você vai ficar aqui até amanhã, porque somente amanhã que a Caroline volta pra casa. — Enrugo a testa e me aproximo um pouco mais.
— E onde ela está? — Ela me olha com deboche e dá uma risada irônica.
— Você não acha que tá muito folhadinho, não? Esqueceu que você não tem moral nenhuma pra exigir um “a” sequer da Caroline? — Ela cospe e enrugo a testa.
— Por que diz isso? — Exijo, de maneira rude.
— Porque foi você quem a abandonou, você quem a deixou. — Travo o maxilar e nego a cabeça sem acreditar.
— Ela mentiu pra mim. Ela matou o meu pai. — Ela me olha com raiva e se aproxima.
— Nós matamos o seu pai. — Engulo em seco e nego sem acreditar no que tinha acabo de ouvir.
— O que você falou?
— Isso mesmo que você ouviu. Nós, a Caroline, a Camila e eu matamos o verme que era o seu pai. — Ela cospe com ódio e engulo em seco. — Essa luta era tão dela quanto nossa e no momento em que descobrimos a verdade, o matamos. Fizemos ele pagar com a própria vida por tudo o que nos causou por anos. — Ela fala dessa vez em um tom de choro e tento argumentar.
— Mas v...
— Eu tinha 6 anos de idade quando o meu pai foi assassinado. Tava brincando com a Camila quando a Caroline nos tirou de casa aos prontos. Quando notei que o meu pai não estava com a gente eu temi, temi porque me sentia desprotegida. Ele era a única pessoa que tínhamos no mundo. — Ela desaba, enquanto eu a ouvia sem dizer mais nada. — Destruíram o meu sonho e os sonhos das minhas irmãs, Justin. Éramos crianças. Não tínhamos culpa de nada. — Engulo em seco, sentindo os meus olhos arderem pra lacrimejarem, mas me controlei. — Sofrimos por muito tempo, eu não sei ao certo quanto tempo dormimos nas ruas, passamos fome e corremos perigo por não termos a quem socorrer. Não tínhamos ninguém... — Ela fala, friamente e me olha com um olhar vago. — Porque o seu pai... ele, ele tirou a vida da única, da única pessoa que poderia ter cuidado de nós e ter impedido de estarmos onde estamos hoje. — Engulo em seco e ela respira fundo, me olhando nos olhos com os seus cheios de lágrimas.
Ficamos em silêncio por alguns segundos e eu tentava levar isso em consideração, tentava de alguma forma entender o lado delas, mas o fato de ter sido o último a saber da verdade que eu procurei por meses... me impedia, o meu enorme orgulho me impedia de entender isso.
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Checkers Of Traffic
Подростковая литератураEu tinha 11 anos de idade, quando vi meu pai ser assassinado bem na minha frente. Desde ali, o mundo parou pra mim, não obtive resposta do mundo de como cuidar das minhas irmãs mais novas e de como sobrevivermos em um mundo dominado pelo ódio, mas e...