14: "For the first time..."

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New York - EUA

P.O.V Caroline 02:34 a.m.

O corpo do Justin estava relaxado sobre o meu, enquanto eu acariciava os cabelos da entrada da sua nuca sem um pingo de sono. Meus olhos estavam mantidos no teto a minha frente, enquanto minha mente não se distinguia do dia de hoje.

Espero que agora esse inferno acabe. Eu tô cansada disso.

Ele respira alto e então sai de cima de mim, se deitando pro lado direito da cama, mas não se acorda. O olho de lado e o vejo dormindo, então me levanto e pego o meu roupão que estava mantido na poltrona e vou em direção a varanda do meu quarto, vendo uma vista incrível de Nova York logo a frente.

— A minha vida mudou tanto... — Murmuro, e olho pra cima, pensando no meu pai e dou um sorriso pequeno, lembrando do que me disse um dia... Ele tinha razão.

— O que foi, filha? — Ele pergunta, assim que passo pela porta de casa e jogo a mochila da escola no sofá, emburrada. — Caroline, eu tô falando.

— Não passei no casting. — Respondo, e ele enruga a testa, se aproximando de mim. — Não me escolheram...

— E você está assim por causa disso? — Ele pergunta, rindo e bufo, pensando em todas as expectativas que criei pra mim mesma sobre isso.

Eu achei que a minha oportunidade de se tornar uma modelo famosa e bem paga teria chegado, mas não... Não chegou.

— Eu... eu achei que dessa vez ia. Eu fiz tudo certinho conforme as aulas de passarela. — Explano, e ele rir se aproximando de mim. — Eu não sou boa o suficiente, Deus nunca irá realizar os meus sonhos. — Ele se senta ao meu lado e fica me olhando.

— Caroline... Tem algo que poucas pessoas sabem. Talvez não seja a maneira certa de falar isso... Mas quem faz os seus verdadeiros sonhos, não é você. É Deus. — Enrugo a testa, confusa e nego sem entender.

— Não tô entendendo, pai.

— O que tô querendo dizer... Que o seu sonho de se tornar uma modelo famosa possa não está incluído nos planos que Deus tem para você. — Aquilo me atinge profundamente, pois quando me dei conta, os meus olhos já estavam marejados em lágrimas.

— Tá me dizendo... Que eu não posso ser uma modelo? — Ele rir, negando e seca as minhas lágrimas.

— Pode sim, você pode ser o que você quiser, mas tô querendo dizer... Que o ponto principal, é o que esquecemos. A vida não funciona da maneira como a gente quer. Os sonhos que você cria pra você mesmo, nem sempre são os mesmos que Deus tem guardado para você.

Engulo em seco com suas palavras e a vontade de chorar só aumenta.

— Um dia você irá entender o que tô querendo dizer, mas até lá... Quero que saiba que a vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos. — Reflito suas palavras e decido levar isso comigo para sempre. —”

Abro os olhos e a minha próxima visão é a tatuagem da santíssima trindade desenhada no meu pulso em sua homenagem. O que me faz sorrir.

Eu ainda sentia muito a falta dele, mas o enorme vazio que me consumiu por anos foi ocupado e hoje eu só tenho a agradecer por isso.

Penso comigo mesmo, olhando pro Justin dormindo em minha cama e o Jack no seu berço ao lado dela.

As duas pessoas mais importantes da minha vida.

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