2: Alone In The World

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Era como se alguma coisa tivesse me prendendo no lugar que eu estava, me impedindo de correr ou me mover, pois não conseguia mudar o foco do cara vindo na minha direção.

— Corre filha. — Meu pai fala nervoso e ponho a mão na boca, saio correndo pro lado de fora e vejo as meninas comendo.

— Camila e Callie, vem agora. — Levanto as duas e seguro nas suas mãos, corro em direção a frente da casa e vejo um carro preto em frente ao portão, mas não tinha sinal algum de mais pessoas além daquele homem lá dentro.

— O que aconteceu Caroline? — A Callie pergunta e eu não consigo raciocinar com clareza, pois os meus sentidos foram todos corrompidos no momento em que vi meu pai... morrendo. Ouvimos barulho de tiros e um frio subiu na minha espinha, pus uma mão na boca e bato o olho no carro do meu pai, parecia loucura, mas não importava.

— Vem as duas. — As levo para o carro e as coloco no banco de trás, coloco os cintos de segurança das duas e ocupo o meu lugar no carro. — Calma Caroline. — Murmuro pra mim mesma e respiro fundo, mas ligo o carro e saio dali sozinha sem um rumo específico.

— Pra onde vamos? — A Camila pergunta e eu não consigo parar de chorar em momento algum, meu pai... ele foi morto, foi morto sim eu tenho certeza.

Naquele momento de desespero, a primeira coisa que me veio em mente, foi pedir ajuda ao tio Finn, ele morava em Nova York e é irmão do meu pai, mas seria muito perigoso uma criança andar pelas ruas de Nova York de carro, mas não tinha outra opção.

Peguei uma estrada de areia e fomos em direção a cidade de Nova York, era apenas alguns minutos da minha casa, devia ser uns 20 minutos até a entrada da cidade. Olhei pelo retrovisor do carro e não nada de perseguição, isso me artomentava muito... pois se meu pai tiver realmente morto, estamos sozinhas na vida... como vou fazer pra cuidar das minhas irmãs? Não temos nada, meu tio Finn mora com sua esposa, eles jamais irão cuidar da gente, disso eu tenho certeza.

Era 9h da manhã, chegamos na cidade e subir os vidros do carro pra ninguém ver, que três crianças com 11, 9 e 6 anos de idade estavam dentro de um carro sem a companhia de um adulto.

— Vamos pra casa do tio Finn? — A Camila pergunta e respiro fundo, deixando meus olhos continuarem derramando lágrimas de todas as sensações ruins, que poderia existir nesse mundo. — Sim.

— E o papai? — A Callie pergunta e sofro um tiro no coração, não sei o que irei dizer pra elas... não posso mentir e nem esconder isso.

— Ele depois vem se encontrar com a gente. — Eu falo chorando e coloco o cabelo atrás da orelha.

— Porque tá chorando Caroline? — A Camila pergunta e forço um sorriso.

— Tá tudo bem meu anjo... tá tudo bem. — Olho pra elas duas pelo retrovisor e as vejo observando a cidade pela janela.

Felizmente chegamos na casa do tio Finn sem sermos vistas por blitz ou coisa do tipo, graças a Deus, também seria muito azar, ser multada justo no dia que vejo meu pai ser assassinado.

Paro o carro em frente a casa do tio Finn e tiro as meninas, seguro nas suas mãos e caminhamos até o portão.

— Ele tá em casa? — A Callie pergunta e aperto na campainha, segundos depois a Rose, esposa do tio Finn vem nos receber.

— Caroline? Crianças. — A Rose surta ao nos ver e as meninas sorriem pra ela. — O que aconteceu? Porquê está chorando? — A Rose nota o meu estado de desespero e caio no choro novamente, mas dessa vez a abraço forte, enquanto ela retribui sem entender bem.

— O papai. — Murmuro no seu ombro e ela pôs suas mãos no meu rosto.

— O que aconteceu com ele? — Olho para as meninas e respiro fundo.

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