32: Some Things Are Worth It

2.6K 147 614
                                    

Atlanta - GA

P.O.V Caroline 09:32 a.m.

Havia dormido bem como há meses não dormia, talvez fosse o alívio que a minha mente teve devido aos pensamentos que finalmente resolveram me deixar em paz sobre tudo o que eu descobri em relação a morte do meu pai.

Passei mais de 10 anos, procurando, pesquisando, sonhando e até mesmo teorizando sobre o que aconteceu naquela manhã de quinta-feira em Nova York, a qual eu nunca tive uma explicação mais óbvia até ontem, pois tudo se baseavam em suposições e rumores.

Sei que o que fiz junto as minhas irmãs não vai trazer o meu pai de volta, mas consegui amenizar a minha mente do poder incontrolável pelo desejo de vingança que ela teve por mais de 10 anos.

Sinto a forte quentura dentro do meu quarto, pois a janela estava aberta e estava um dia ensolarado. Aperto os olhos, esfrego as mãos em minha face, tentando me levantar da cama, mas eu queria poder ficar mais um pouco, pois uma sensação que eu nunca havia sentido antes de agir como uma pessoa comum de me deitar um pouco mais e de fazer coisas diferentes como anos eu nunca fiz, me dominou naquela manhã.

Ouço batidas na porta do meu quarto e ergo o meu olhar autorizando a entrada de seja lá quem for, aliás só poderia ser a Callie ou a Camila.

— Mana... — Era a Callie. — Vou entrando. — Ela fala e entra, me vendo ainda deitada. — Ainda deitada? — Rio pelo nariz e concordo.

— Sim, o que deseja?

— É... sabe que é, aquele cara tá lá embaixo novamente. — Ela fala, apontando pra baixo e enrugo a testa, confusa.

— Que cara?

— O árabe chato. — E não consigo acreditar no que tinha acabado de ouvir, esse cara não cansa?

Rolo os olhos, bufando e fico de pé, apenas de camisola. Calço minhas sandálias e saio do quarto feito fogo, me aproximando das escadas e o vejo admirando os quadros de minha parede.

— Posso saber o que você faz aqui? — Fui direta, de maneira rude e ele me olha, secando as minhas pernas de cima a baixo. — Então? — Cruzo os braços, e vejo as meninas do meu lado.

— Sua casa é muito bonita, bela dama.

— Olha, cara, fala logo o que você quer, beleza? — Pergunto, rude e ele volta a me encarar feito um retardado.

— Tudo bem, eu vim te convidar pessoalmente pra ir a minha festa de despedida da cidade. — Ele fala, e eu o olho com deboche.

— Não vou. — Ele muda o semblante, ficando sério e se aproxima um pouco mais.

— Mas por quê? Suas irmãs devem querer ir, pois fizeram um excelente trabalho pra mim, não é? — Pergunta, e noto a alegria das meninas.

— Claro, claro. — A Callie aceita, animada e eu lhe cutuco com o cotovelo. — Não, não iremos. — Ele me olha, sério e respira fundo.

— Por favor, bela dama.

— Eu vou ser sincera com você, eu não sou muito de festas e essas coisas, então não irei. — Ele trava o maxilar, me encarando e aquilo de certa forma me deixava assustada, pois parecia estar de frente com um psicopata.

— Tudo bem, não irei colocar pressão, mas caso mude de ideia, esse é o meu endereço. — Ele me entrega um pequeno pedaço de papel e apenas o olho, fazendo a Camila pegar.

— É muita gentileza sua. — Ele concorda, olhando pra mim e sai em seguida.

As meninas me olham, sérias e depois caem na gargalhada alta ali mesmo na sala, me deixando confusa.

Checkers Of TrafficOnde histórias criam vida. Descubra agora