Capítulo 24

3 0 0
                                        

Ei não sabia de onde o grito viera; era tão alto que ecoava em todos os lugares.

Ela olhou ao redor, mas não encontrou nada. Sem fechar os olhos, ela aguçou sua audição, tentando sentir qualquer pessoa, ou qualquer coisa, perto deles.

Mas era difícil. O grito tinha colocado medo em seu coração.

Se acalme... se acalme, Eiko... não deixe seu medo entorpecer sua lâmina, ela disse para si, tentando controlar a respiração.

Funcionou. Mas enquanto sua percepção se expandia, ela sentiu nada ao redor deles.

Então, quando o silêncio cobriu a montanha de novo, outro grito ecoou.

Ei cobriu as orelhas, mas não fez diferença; o urro era tão alto que a garota conseguia sentir ressoando dentro dela. Ela se sentiu nauseada e quase perdeu a consciência. Droga... não posso... se eu desmaiar agora, posso morrer...

Arfando e agarrando seu peito, a espadachim conseguiu manter a consciência.

Não tem como... isso ter vindo... de um humano... mas não sei... um animal... que pode rugir... tão alto...

Mas teve outra coisa que a garota conseguia dizer; o que quer tenha gritado, não era por causa de dor. Aquele rugido era cheio de raiva.

A espadachim apertou o cabo de sua espada com mais força. Enquanto seu corpo parava de tremer, ela olhou ao redor mais uma vez.

Mas na clareira, era difícil determinar de onde o grito viera.

Não... parece mais que está vindo da própria montanha...

Mais uma vez o silêncio pesado e estranho preencheu a clareira.

Era como se tudo estivesse parado, frio, morto.

Então eles escutaram passos vindo até eles do topo da montanha.

Ei e Tadayoshi viraram para o som, ficando diante do sacerdote com as espadas levantadas.

— Corram! — uma voz gritou. — Não parem!

Momentos depois, cinco pessoas entraram na clareira. Eles estavam olhando para trás na direção que vieram, e não notaram as pessoas na frente deles.

Na hora Ei soube que eles eram os soldados da luta que destruiu a vila no pé da montanha. Mas as armaduras deles estavam tão sujas e desgastadas, como se tivesse passado por momentos difíceis sem nenhum reparo.

Apesar de estar apagado e arranhado, três soldados tinham o mesmo emblema nas armaduras; três espadas intersectando no meio. Os outros dois tinham quatro pétalas de cerejeira dentro de um círculo. Ela já tinha visto aquele símbolo antes.

Então os soldados fugiram pra montanha... e não tem como os moradores da vila não terem notados eles em seu território... eles mentiram pra gente.

Os soldados pararam quando olharam para frente e notaram os três estranhos diante deles. Por um breve instante, a garota pensou que eles poderiam evitar a luta. Mas quando os soldados viram as espadas, eles sacaram as próprias armas.

— Não somos sacrifícios praquele monstro! — um deles gritou e antes que Tadayoshi pudesse dizer qualquer coisa, eles atacaram.

Merda! Eles tão com tanto medo que não vão acreditar se a gente dizer que não queremos lutar contra eles!

— Ryuu, fique no templo — seu mestre disse, e seu amigo acenou a cabeça e obedeceu.

O sacerdote quase tropeçou quando Ei tirou a bolsa e jogou para ele.

Samurai NOTOnde histórias criam vida. Descubra agora