𝐂𝐨𝐟𝐟𝐞 || 𝐅. 𝐖𝐨𝐥𝐟𝐡𝐚𝐫𝐝 (𝐏.𝟎𝟐)

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Nada a declarar.
Obrigada de nada!

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Já haviam se passado alguns meses desde a cena na cafeteria e desde o início das férias de verão. Depois daquele dia em diante sempre tive esperança de encontrar novamente o dono de meus pensamentos, mas confesso que de uns tempos para cá essa fé vem sumindo lentamente.

Hoje era o festival da colheita, um evento que geralmente ocorre no meio do ano e reúne todos para comemorar os 2 séculos de cidade. Confesso que nunca fico animada para eventos assim (afinal, eu já sei toda a programação de co) mas no fundo eu possuía esperança de encontrar o garoto de olhos escuros e cabelos perfeitamente cacheados (aparentemente macios).

Analisei cada barraca montada daquele evento fornecendo desde comidas a brinquedos para todas as crianças, adultos e adolescentes ali presentes. O festival costumava sempre atrair turistas pelo fato de possuir algumas antiguidades de valor histórico para a formação da América. Voltei a andar distraída com toda a decoração simples mas muito acolhedora da pequena feira e em menos de alguns segundos o cheiro de algodão doce invadiu minhas narinas me fazendo virar repentinamente a cabeça para a direção do pequeno carrinho responsável pela venda do produto. Sem hesitar corri até o lugar parando bem na frente do atendente e apontando para o azul, meu favorito. O mais velho assentiu antes de pegar o algodão doce e estendê-lo a mim.

—Eu quero, Finn!—Fiquei paralisada por alguns segundos assim que escutei aquele nome ser pronunciado, ao que parece, por uma garotinha. Não seja tola S/n, não existe só um garoto com o nome de Finn no mundo.

—Eu já disse que gastei todo meu dinheiro com você nos brinquedos!—A voz rouca do garoto se fez presente no ambiente. A partir daí eu já tinha certeza que era ele.

—Não interessa, eu quero!—Paguei meu algodão doce e em seguida comprei outro, se eu quisesse recompensar o café era aquela a maneira. Me virei indo em direção a garotinha e estendendo o algodão rosa para a mesma, que sorriu antes de começar a comê-lo.

—Garota do café?—Finn fitou diretamente meus olhos enquanto um sorriso ia se formando lentamente em seus lábios avermelhados.—Nunca pensei que íamos nos encontrar de novo.

—Confesso que eu também não.—Sorri parando para fitar o rosto do menino. Ele não havia mudado nem um pouco, possuía os mesmo cachos, o mesmo sorriso e os inconfundíveis olhos penetrantes.  Passei alguns minutos ali o fitando sem receio de estar parecendo uma abobalhada até que fui atraída pela voz da mais nova me fazendo voltar ao mundo real.

—Vocês dois são namorados? Daqueles que beijam na boca e fazem sexo?—Um rubor instantâneo cresceu em minhas bochechas e nas do garoto, que arregalou os olhos e repreendeu a irmã:

—Onde você aprendeu isso?—A mais nova sorriu travessa antes de responder e eu sentia apenas a grande vontade de enfiar minha cabeça na água e morrer asfixiada. E o pior nem era a constrangedora situação, o pior era a cena que veio a minha (poluída) mente.

—Na internet....—Controlei à vontade de rir ao ver um sorriso malicioso brotar no rosto da garotinha.—Você não negou, então quer dizer que vocês dois fazem..—Finn fez menção de correr atrás da menina que logo saiu berrando por sua mãe me deixando a sos com o mesmo.

—Me desculpa por isso...—O garoto corou olhando para qualquer lugar que não fosse meus olhos.

—Tudo bem, sei bem como funciona eu tenho uma em casa!—Sorrimos sem exalar nem um tipo de som e logo um silêncio se instalou e se estendeu por alguns segundos sendo cortado pelo menino a minha frente.

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