𝐩𝐨𝐥𝐚𝐫𝐨𝐢𝐝 || 𝐌. 𝐁𝐨𝐛𝐛𝐲 𝐁𝐫𝐨𝐰𝐧 ( 𝐏. 𝟎𝟑)

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depois de anos finalmente criei vergonha pra continuar.

uma pergunta, vocês se incomodam com esse monte de cap? Pq tipo eu to com TOC kkkkk.



..



—Agora eu ficaria muito agradecida se a senhorita me explicasse o porquê de ter salvo a minha vida!— Millie exclamou com uma certa intermitência entre as palavras enquanto retirava o casaco de couro na qual estava trajando.

Após todo o ocorrido na escola, Millie tratou de tirar S/n de lá o mais rápido possível trazendo-a até sua casa. A menina se encontrava um poço de nervos fitando cada passo da amiga, desde jogar o casaco em alguma cadeira largada pelo quarto extremamente bagunçado até  jogar-se na cama como se descarregasse todas suas energias em um único conjunto de movimentos. S/n admirava a calma com a qual Millie estava lidando com toda aquela situação; A adolescente havia acabado de presenciar sua quase morte e não demonstrava em seu rosto um mínimo sinal de pânico.

A garota aproveitou todo aquele silêncio momentâneo para analisar o ambiente. Faziam anos que a mesma não entrava naquele quarto muita coisa havia mudado. Millie em si estava irreconhecível.

Toda a organização que antes a menina possuía parecia ter evaporado de sua personalidade. As coisas se encontravam todas espalhadas pelo ambiente. Roupas jogadas por cima das cadeiras, livros escolares degradados no chão, acessórios bagunçados em uma mesa... So havia uma única coisa que se encontrava em perfeito estado ali, e este era um pequeno álbum de fotos cor de rosa com alguns nomes grifados em sua capa. O objeto parecia não ser tocado por ninguém nem mesmo pela própria dona.

Movida por sua curiosidade, S/n deu alguns passos adiante analisando calmamente cada detalhe do objeto porém quando estava prestes a toca-lo sentiu a mão gélida de Millie impedi-la. A menina fitou de soslaio o braço da garota ao lado agarrando com certa força o seu e suspirou murmurando um pedido de desculpas.

—Você é muito intrometida, sabia? — Millie falou ríspida soltando o braço da amiga em seguida. S/n parou para observá-la sentada na cama com os braços tatuados largados para qualquer lugar enquanto suspirava pesadamente.—Você não respondeu a minha pergunta.— A menina gaguejou algumas vezes antes de lembrar-se da pergunta inicial feita pela amiga. Proferir a resposta em voz alta era algo extremamente simples de se fazer quando S/n pensou naquilo em sua mente, entretanto no momento em que abriu a boca para emanar resquícios de fala sua voz parecia ter sumido.

—Porque eu amo você.— A menina murmurou com certa dificuldade se jogando na cama ao lado da garota alternando o olhar entre o chão e as próprias mãos.

—Então por que você foi embora? Por que você me deixou aqui sozinha justo quando eu mais precisava de você?—Millie fitou a amiga com os olhos repletos de um sentimento pela qual S/n não conseguia distinguir. Um misto de dor e felicidade.

—Foi necessário, eu não tive escolha.—A adolescente não fazia a mínima ideia de como explicar aquilo para a garota ao lado, na realidade não fazia a mínima ideia do porquê de ter partido.— Eu não entendo o que aconteceu, mas eu posso prometer para você com a minha vida que não acontecerá de novo!— S/n beijou a mão da amiga enquanto a fitava . Millie sabia que aquelas palavras não eram muito, mas vindo de S/n sendo proferidas daquela forma.. A garota não entendia o porquê mas confiava.

—Senti saudades da sua cara de tacho quando faz algo errado e tenta pedir desculpas. Você nunca foi boa com palavras!—A menina gargalhou fingindo estar ofendida.

—Você vai ver só!—S/n pulou em cima de Millie a derrubando na cama enquanto tentava imobilizar a amiga, uma tentativa um tanto falha já que Millie possuía o dobro da força de S/n.

—Parece que quem está vendo é você..—Bobby Brown murmurou invertendo as posições ficando agora por cima da amiga.

—Mas o jogo pode virar.

—Olha, com esses seus bracinhos de calango eu duvido que ele vire. —S/n fez beicinho arrancando uma risada da amiga.

—Meus braços são fortes iguais os seus!

—Me prova.—Millie murmurou intermitente, e isso fora o suficiente para fazer com que S/n a derrubasse da cama deixando a amiga com uma enorme cara de tacho.— Sua sem graça! Podia ter aproveitado a oportunidade.

—Pra que?

—Pra me beijar.—Um silêncio avassalador se instalou no ambiente. As duas adolescentes se encaravam perplexas uma com a outra tentando presumir o que viria a seguir. Nenhuma das duas tinha coragem o suficiente pra se beijar, mas nenhuma das duas tinha coragem o suficiente para fingir que não queriam.

S/n se sentou no chão ao lado da amiga enquanto sentia cada célula de seu corpo clamar ansiosa. A menina apoiou suas mãos na nuca da amiga e sem hesitar a puxou pra um beijo simples e que foi logo ganhando intimidade.

As duas adolescentes procuravam explorar ao máximo uma a outra como se sentisse que aquilo fosse um sonho; Como se em um piscar de olhos pudessem acordar e cair em uma realidade onde não se possuem. Millie com toda sua forma heterodoxa de ser, passeava com as mãos pela cintura de S/n fazendo pequenas carícias ali, o que fazia com que de vez em quando a mesma sorrisse entre o beijo.

Não demorou muito para que o ar se fizesse necessário quebrando o contato entre as duas adolescentes. Millie e S/n afastaram-se uma da outra ainda abraçadas. As garotas desejavam imensamente que aquele momento se fizesse por eterno. Não queriam nunca sair daquele quarto; daquele abraço. Ali com as respirações quentes colidindo em sintonia a vida parecia ter sentido.

Blackwell não parecia ser mais tão sombria e solitária.

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