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Não encontrei nenhuma mulher adequada para que atuasse no papel de namorada. Natal estava próximo, na verdade seria neste domingo. Hugo entrou em contato com algumas acompanhantes de luxo sem que eu soubesse. Não me pergunte como meu amigo conseguiu os números dessas mulheres.

— Cara, você é muito exigente. — reclama Hugo. — Bastava escolher uma das gostosas e pronto créu nela.

— Ninguém mais fala créu. — aumento a velocidade na esteira. — Não é tão simples. Você falou para mim que eram atrizes e não garotas de programas.

— Acompanhantes de luxos. — diz Hugo.

— Dar na mesma. E falei que não irei transar com a namorada falsa.

— Só pode ser viaaado. — ele cantarola correndo na outra esteira ao meu lado.

Ignoro seu comentário imaturo e continuo.

— Dona Flora sentiria de longe o cheiro de farsa. — e não levaria uma acompanhante de luxo para a minha mãe conhecer.

Nas entrevistas foi meio que constrangedor depois que descobri que tratavam de acompanhantes. Eu queria matar o Hugo. Não sei de onde tirou essa ideia absurda. A maioria delas deixaram implícitos que transariam comigo sem nenhum problema bastava eu pagar. Tinha as com aquele ar de superioridade. Nenhuma leveza e delicadeza.

Imagino que a vida seja complicada e difícil para essas mulheres. Não sei o motivo que as levaram a vender seu corpo. Mas não querendo julgar algumas eram extremamente vulgares tanto no modo de falar quanto nas roupas justas, curtas e decotadas. Ainda informaram que fazia de tudo na cama. Atuavam qualquer personagem. Até uma falou que fazia um tal de anal giratório.

Mais o que é isso? Uma posição? Melhor nem saber.

— Vixe, porra é verdade. Qual é a gostosa que aceitará namorar contigo? Um mô cara de nerd. Sem ofensa, mas já ofendendo. Vou ver se arranjo o número de umas feinhas para ti... Aí, baitola!

O derrubo no chão quando o pego desprevenido desligando a sua esteira.

— Foi mal. — digo rindo.

— Foi mal é meu pau no teu cu, filho da puta. — irritado se levanta do chão e mostra o dedo do meio para mim. — Aqui oh se vou te ajudar agora. Se vira, seu merda.

Hugo sai andando para a estação de musculação. Nesta hora da noite a academia do prédio estava num pleno silêncio por conta de não ter quase ninguém se exercitando. Gostava de malhar somente neste horário praticamente sozinho. Hugo decidiu me acompanhar já que estava com preguiça de ir para a academia que frequentava.

— Hugo? — o chamo depois que termino os quilômetros atingidos.

— Que é, porra?! — ele diz emburrado.

— Vou pedir pizza, cara. — digo passando ao seu lado limpando o rosto suado na toalha.

Malho para manter a saúde e qualidade de vida, não por questão de estética para ter um corpo saradão.

— Eu quero que não tenha minha cerveja que te arrombo. Nada daquela merda de pizza saudável. — sorrindo o babaca do meu amigo para seu exercício e me segue para o elevador.

Ninguém diria que essa amizade que começou na universidade duraria até hoje. 

 

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Namorada Por AcasoOnde histórias criam vida. Descubra agora