Cleo Montenegro e álcool são duas combinações perigosas.
Minha irmã nunca foi uma garota comportada apesar da aparência doce. Não se engane. A caçula é o terror. Na adolescência nossos pais tiveram sua cota de dor de cabeça para poder controlar o seu comportamento impulsivo e rebelde. Ela bebia, fumava e escondida fez tatuagens. Namorava idiotas sem futuro.
Nosso pai dizia que Cleo herdou o gene ruim da nossa avó materna Neide. Hoje em dia criou um pouco de juízo. Amadureceu. Somente não o suficiente para sua idade.
Enfim, Cleo junto com a minha namorada de mentira seria confusão na certa. Estava temendo o que viria a seguir com ambas unidas.
Na boate lotada não faz nem duas horas direito as duas estão na pista de dança com seus copos de bebidas nas mãos dançando sem parar. Não sei como não estavam cansadas.
Miriam permanecia até que controlada. Mac está em alguma parte. Na última vez que vi meu irmão estava conversando com um rapaz depois disso sumiu. Gabriel e a namorada estão se pegando. Julieta e Victor também desapareceram depois de terem uma discussão.
Eu estou no segundo piso numa mesa da área VIP que Mac conseguiu bebendo uma cerveja sem álcool quente pelo tempo que ficou na minha mão. Permaneceria quente por que não trocaria por outra e como sou o motorista da noite não beberei nada mesmo que seja sem álcool.
Nunca gostei de dançar. Cleo brincava de que é por que eu não sei, mas a verdade é que não vejo lógica em ficar no meio de pessoas suadas e bêbadas dançando músicas que nem gosto. E numa cidade onde o funk é predominante adivinhem agora o que colocaram para tocar? Exatamente.
No meu relógio de pulso vejo que faltam dez minutos para as três horas da manhã. Nunca fiquei acordado até tão tarde. Nas vezes que aconteceu era por estar estudando para uma prova ou de plantão. Agora tudo que eu quero é um banho e em seguida minha cama.
Hora de por fim realmente nesta vez. Nada de ser vencido pelas reclamações das duas sobre ainda ser cedo. Deposito a long neck pela metade em cima da mesa e desço para a pista de dança.
Sou interceptado por Julieta que aparece de repente na minha frente toda sedutora.
— Ei, Rome. — ela precisou se aproximar para que pudesse ouvi-la através da batida alta. — Você está tão gato! — sinto o cheiro do álcool.
— O que deseja, Julieta? — tiro suas mãos do meu peito e tento manter certa distância dela. Seu toque me inquietava. — Cadê o Victor? — procuro por meu primo e acabo vendo Miriam se afastando de um homem que tentava pegar nela.
— Banheiro. — eu afasto Julieta para o lado e ando em direção a Miriam. — Ei, aonde vai?! Romeo!
Seus olhos escuros suplicam por ajuda quando se encontram com os meus. O sujeito estava forçando a barra para cima dela. Aproveitando que ela está distraída comigo o homem se aproxima falando algo no seu ouvido. Pela sua expressão de raiva e reação dando um empurrão forte nele não foi algo agradável.
Miriam fala algo e tenta sair só que ele a segura pelo braço a impedindo. Ela fica irritada por sua insistência deixando de lado o fato de que seja uma mulher. Apresso o passo entre as pessoas dançando.
Maldição! Ela quer bater de frente. Vejo que está prestes a avançar num homem sem medir as conseqüências. Ela pode se machucar.
— É melhor soltar minha namorada, cara. — digo em tom de aviso para o sujeito que puxa Miriam.
Ela se tornava pequenina perto do sujeito alto.
— Sua namorada? Ela estava dançando sozinha. Não é o namorado dela. Se fosse não teria deixado essa coisinha dando bobeira. — ele estava nitidamente bêbado. — Saia daqui.
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Namorada Por Acaso
RomanceMiriam Nelles não se encaixa nos padrões de mulher perfeita, principalmente para casar. Baixinha espevitada, resmungona, festeira, um pouquinho boca suja e muito bem-resolvida não se preocupa nenhum pouco com os comentários de tias, velhas fofoqueir...