— Tem um homem olhando para cá faz tempo. — resmungou Bruno parecendo um galo se armando para a briga assumindo o dever de proteger as mulheres da família.
— É bonito. Muito gatinho. — diz Bia com um sorriso brincalhão.
— É um desconhecido possivelmente um velho tarado, Bia.
— E daí? Continua bonito do mesmo jeito.
— E daí que vou falar pro pai quando chegar que achou o pervertido bonito.
— Pode falar sua velha fofoqueira. — ela retruca.
— Sua idiota.
Clarinha nem aí para os irmãos duelando estando contente admirando a demônia da boneca que me custou um rim.
Havia trazido as pestes para comparem seus presentes. Bia não quis mais trocar de celular (eu nem iria mesmo comprar um novo sabendo que não é cuidadosa) e Bruno acabou conseguindo baixar a versão pirata do tal o jogo de edição limitada matando o seu verme. Amém.
Optei em dar uma quantia para cada um gastar comprando o que quisessem. Como não daria dinheiro para uma menina de seis anos lá fomos comprar a bendita boneca.
Um rombo que sofri no cartão que estou chorando litros por dentro até agora. Imagina o que Sarah e Joel gastam. Filhos não é barato e piora sendo três.
— Epa, fiquem quietos. — digo alto para que parem de bater boca.
Me viro em busca de saber quem é o diacho do indivíduo que provocou a desunião olhando para cá em nossa direção.
Imagina a minha surpresa ao ver Romeo que desviou o olhar... tarde demais, doutor... fingindo agora uma concentração na fachada da loja.
Ele odeia shopping então o que faz num, principalmente este um bem popular lotado?
— Estúpido quebrou minha unha.
— Bem feito, boca de ferro.
— Parem já se não eu tomo o presente de cada um ficando para mim e esfrego na cara de vocês. — retorno para meus sobrinhos impedindo que atinjam o nível de se atracarem no meio do shopping.
Minha avó vive falando que Bia e Bruno parecem eu e Joel na idade deles. Estamos bem num momento e no outro no chão bolando feito dois cachorros se estranhando.
— O pervertido está de novo olhando para cá. Vou chamar o segurança.
— Tu não vai chamar ninguém, menino. Aquele lá é um colega de trabalho.
— Que colega ô. Bora lá falar com ele, tia.
— Pai a Bia falando besteira. — berrou Bruno. — Nem tirou a catinga do mijo e tá se enxerindo aqui.
— Cala a boca! Vou te dar um murro, boboca.
— Vem pra tu ver. Tenta a sorte.
Joel aparece dando por fim a briguinha deles.
— Se comportaram? — me perguntou conhecendo suas crias.
— Na medida do possível. Agora que se estranharam pra valer.
Estava o aguardando chegar para levar as crianças já que eu ficaria no shopping. Marquei cinema com Ivana e Felipa que logo chegariam.
— Pai o Bruno...
— Fale no carro. — apressado ele agarrou as sacolas. — Bora, não estou a fim de pagar estacionamento. Temos alguns minutos antes que cobrem. Não vai querer mesmo a carona, Miriam?
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Namorada Por Acaso
RomanceMiriam Nelles não se encaixa nos padrões de mulher perfeita, principalmente para casar. Baixinha espevitada, resmungona, festeira, um pouquinho boca suja e muito bem-resolvida não se preocupa nenhum pouco com os comentários de tias, velhas fofoqueir...