— ADEUS ANO VELHO. FELIZ ANO NOVO. QUE TUDO SE REALIZE NO ANO QUE VAI NASCER.
— Nããooo. — resmunguei enfiando o rosto no travesseiro querendo abafar a cantoria feliz.
— MUITO DINHEIRO NO BOLSO. SAÚDE PRA DAR E VENDER.
Subindo nas minhas costas Miriam ficou dando batidinhas como se eu fosse uma bateria.
— Ainda é cedo. — digo contra o travesseiro com a voz ficando abafada.
— Você está se tornando preguiçoso. — sussurrou no meu ouvindo para depois dar uma mordida no meu ombro. — Levanta-se! Último dia do ano, peste.
Sério, estou me acostumando com ela me chamando direto de peste.
A derrubo no colchão ao me virar e ponho meu óculos. Sou contemplado com a visão dela desarrumada usando a minha camisa preta com um sorriso animado e cabelos bagunçados parecendo uma juba de leão.
Nunca vi uma mulher com essa aparência continuar sendo bonita.
— Bom dia, doutor! — ela diz contente e chego a suspeitar. Miriam não é uma pessoa da manhã.
— Dia, Miriam. — me espreguiço e logo a puxo para o meu colo. — O que andou aprontando para tamanha felicidade, hein?
— Nada. — soltou uma risadinha tentando escapar.
Num pulo conseguindo fugir ela se levantou da cama me dando um vislumbre da minha cueca boxer por baixo. Ela se apossou depois de esquecer-se de pegar uma calcinha na mala e com preguiça vestiu a cueca que eu tinha trazido para o banheiro declarando ser bastante útil e confortável servindo para dormir.
— Este ano passou tão rápido. — abriu a cortina que faltava deixando a luz do sol entrar por inteiro no quarto. — Vamos aproveitar hoje.
Ainda meio desorientado fico assistindo pegar a roupa que usará deixando numa poltrona para então sumir ao entrar no banheiro.
Admito que gosto sim do Romeo.
Desse seu jeitinho nerd.
Está mais do que claro que me sinto confortável ao seu lado mesmo que tenha tido vezes que eu queria atear fogo nele, e só não fiz por que é ilegal.
Por detrás daquela fachada de homem sério e reservado viciado em trabalho que sempre presencie na clínica descobri aqui um lado seu que diferente que escondia. Afetuoso, calmo, paciente, gentil, solidário e por incrível que se pareça divertido.
Na maior parte fica acanhado com o meu jeito sem filtro. Adoro quando gagueja e fica corado. Fale boceta na sua frente para vê-lo ficando em diferentes tonalidades de vermelho. Um homem pudico.
Vejamos, nem tão pudico assim, né.
Quando estamos sozinhos sem alguém por perto é atencioso, delicado e carinhoso. Definições que nunca passaram pela minha cabeça quando respondia aqueles testes das revistinhas que tipo de amante se buscar ou até mesmo desejava quando se lê bastantes nos livros.
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Namorada Por Acaso
RomanceMiriam Nelles não se encaixa nos padrões de mulher perfeita, principalmente para casar. Baixinha espevitada, resmungona, festeira, um pouquinho boca suja e muito bem-resolvida não se preocupa nenhum pouco com os comentários de tias, velhas fofoqueir...