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Berro, berro

Sou um sonho de consumo que tu nunca realizou

Berro, berro

Uma das sete maravilha que tu desacreditou...


— BERROOOO... BERROOO...

— Miriam?! — Sarah entra no meu quarto com a filha colada no quadril. Eu paro de cantar. — Você pode dar uma olhadinha na Clarinha enquanto vou bem rapidinho ao mercantil. Joel levou o Bruno para o treino e a Bia foi junto só para não ficar de olho na irmã.

— Tu vai ficar torta carregando essa menina direto. Clarinha tem duas pernas saudáveis para usar então coloca logo ela no chão.

Sarah entrou na fase que se negava a ver que Maria Clara não era mais um bebezinho pequeno. Sua filha estava crescendo. Foi do mesmo jeito com os dois filhos primeiros.

— Mamãe a tia Miriam vai sair? — pergunta Clarinha quando retorno a missão anterior de ver se não estou esquecendo-me de nada para levar na mala antes de ter me distraído com a música tocando.

Eu só do tipo de pessoa que do nada começo a cantar e dançar. Escutei uma música que gosto e pronto lá estou me remexendo.

— Sim, querida. — Sarah deposita Clarinha no chão. — Sua tia vai sair com as amiguinhas dela.

— Eu posso ir, tia? — a sua vozinha de criança desolada acompanhada com aqueles olhos pidões amoleceria qualquer coração, mas não o meu. Eu conheço esse truque da pestinha que usa da aparência angelical para manipular e conseguir as coisas que deseja.

— Não, Clarinha. Mas quando eu voltar te levo ao shopping que nem aquela vez. — respondo.

Satisfeita Clarinha sai correndo para pegar a Gorda que de imediato pula e foge para debaixo da cama.

— Você vai levar essas calcinhas? — Sarah se aproximou dando uma bisolhada na mala aberta.

— Adoro usar as calcinhas meio velhinhas para dormir. — eu tenho isso de pegar as bichinhas para colocar na hora de dormir. Me proporcionam liberdade. — São confortáveis.

— E feias. — ela vai até o guarda-roupa e abre à primeira gaveta onde ficam as minhas calcinhas. — Você deveria ter as jogado no lixo. Aqui, troque por mais dessas. — ela joga as de renda. Eu já havia colocado uma quantidade desse modelo. — Oh, e essas também com certeza. Ninguém sabe como a noite terminará.

— Eu sei. — acerto um tapinha na sua mão quando ela vai direto para a necessaire transparente onde estão as calcinhas de dormir. As que uso no dia a dia estão numa outra necessaire. — Será comigo dormindo sozinha na minha velha calcinha confortável. Sem chance de levar esse instrumento de tortura. — descarto as do tipo fio de dental. — Em primeiro lugar nem sei por que as comprei. Incomodam bastante.

São sexys, mas toda vez que invento de usá-las sentia aquela vontade de tirá-la de dentro do fiofó. Eu me sentia estranha e meio que exposta. Não consigo entender como tem mulheres que as usam todo santo dia. Uma vez lá para mim está bom.

— Falta de costume. Não a também necessidade de viver usando se não é uma grande fã. Veja por mim, eu somente a uso quando quero provocar o seu irmão ou em noites picantes. Ele fica louco quando me ver usando essa calcinha pequena. Noite garantida com sucesso. Loucuras na cama.

— Sarah? — ela me olha divertida. — Eca! Simplesmente... Eca!

Miriam... Miriam... — ela cantarola rindo.

Namorada Por AcasoOnde histórias criam vida. Descubra agora