Capítulo I: "Canção dos Nibelungos"

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A noite cai pesada sobre Asgard, um clima tenebroso é sentido por todos na cidade inclusive na estalagem onde Ária e seus anfitriões haviam hospedado-se. Ária havia optado por fazer a ceia no quarto que ocupa no local, seus pensamentos estão focados em Jessy, a deusa Athena havia decidido de última hora rumar sozinha para o encontro com Frigga no palácio asgardiano. Uma sensação de que algo está muito errado naquela cidade é um insistente incômodo para a Leoa Dourada e dessa forma achou melhor compartilhar seu desconforto com mais alguém.

[ Sanctuary Complex ]

Um jovem rapaz move-se inquieto na poltrona olhando para a tela do computador enquanto ouve os relatos de Ária sobre a incursão de Athena até Asgard.

--Sozinha! Oque a senhorita Athena estava pensando quando tomou uma decisão tão imprudente!? - indagou o rapaz em tom confuso.

Lynx é um dos sobreviventes da raça ancestral muviana, que precisou retirar-se com uma pequena parte de seu povo quando sua terra natal, o continente de Lemúria afundou no oceano. Seu povo havia refugiado-se no Alto Tibete, na terra batizada pelos muvianos como Jamiel.

Os muvianos naturalmente possuem uma capacidade sensorial acima da média conferindo-lhes habilidades surpreendentes. Originalmente, o clã de Jamiel apoiava Jessy, quando a mesma iniciou a construção do Complexo Santuário, na confecção e reparo nas armaduras que serviriam ao exército de Athena. Mas logo a jovem empresária reconheceu o talento e a qualidade de Lynx levando-o consigo para a Grécia e desde que Aaegal a traiu, o jovem muviano passou a ser o braço direito da deusa.

O jovem fisicamente tem um porte esguio como o da maioria dos da sua raça, seu cabelo é longo até a cintura, sempre preso por diversos aros pela extensão, sua pele é corada, seus olhos são de um verde translúcido e sua principal marca são duas pintas no centro da testa, outra herança do seu povo.

--Não sei o que ela estava pensando mas não deveria tê-la deixado ir sozinha. - disse Ária inconformada.

--Sabemos como a senhorita Athena é voluntariosa quando ela quer, nada que você dissesse iria demovê-la de ir sozinha. - disse Lynx preocupado com a situação.

--Então eu deveria ter imposto minha presença nessa assembléia! - exclamou Ária.

--Em solo estrangeiro, em um país que não se recuperou desde a última ida dos Cavaleiros de Athena até aí... péssima idéia. - concluiu Lynx.

--Bem, agora estou de mãos atadas mesmo. - disse Ária.

--Vou ficar em alerta, caso precisem. - disse Lynx.

--Okay, manterei contato. - disse Ária antes de desligar a conexão.

Lynx ergue-se da poltrona e pega seu smartphone ligando para alguém.

--Por favor, venha até a Sala do Mestre... - disse Lynx.

O muviano está ocupando a sala que originalmente pertenceria ao líder dos Cavaleiros de Athena, localizada no 13* andar do edifício destinado a Athena e seus cavaleiros dourados. Contudo como nenhum dos cinco jovens escolhidos para serem os primeiros Cavaleiros de Ouro aceitaram estar acima de seus companheiros, o posto de Grão-Mestre dos cavaleiros mantém-se vago. Não demora muito para que um rapaz uniformizado com a roupa do complexo apareça no recinto.

--Estou aqui senhor Lynx, o que deseja? - indagou o rapaz.

--Preciso que viaje até a Índia e entregue essa carta para mim, por gentileza... - disse Lynx entregando um papel enrolado cilindricamente com um símbolo gravado na borda.

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[ Asgard ]

Dois indivíduos locomovem-se lentamente por uma estrada serpenteando o Palácio de Valhala para depois alcançar a rua principal diante do mesmo.

Defensores da Terra: Viagem ao Mistério - Uma saga asgardianaOnde histórias criam vida. Descubra agora