Interlúdio de uma guerra

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A guerra é mãe e rainha de todas as coisas, alguns transforma em deuses, outros em heróis, outros em homens, de alguns faz escravos e de outros, homens livres.
                                       ~ Heráclito ~

[ Sede da IDSI, instantes depois da aparição de Brokk e Eitri em Asgard ]        
                                      
--Oque o senhor quer que eu faça? - indaga Inanna Scarlet, acessora pessoal de Obaid Hellman, coronel da ISDI, a Agência Internacional responsável por monitorar possíveis distúrbios causados por superseres e deuses na Terra, assim que entrou no escritório do homem.

--Inanna, quero que você informe ao diretor das Nações Unidas, que nós temos o incidente em Asgard sob controle. - disse Obaid de maneira fria.

--Temos!? - indaga a mulher em tom confuso.

--Diga que nós indentificamos e localizamos o verdadeiro problema. - Obaid prosseguiu.

--Hã... não acha que isso é algo que devia dizer a ele o senhor mesmo? - indaga Inanna.

--Pra mim já chega de falar com aqueles homens! - disse Obaid em tom raivoso.

--Mas o senhor precisa, não precisa!? - indaga Inanna.

--Reúna aqueles três e todos da iniciativa... vamos invadir Asgard. - disse Obaid de maneira sucinta enquanto sai da sala.

--Senhor, há um protocolo que precisa seguir. - disse Inanna mas o homem não esperou para ouvir.

[ Índia, em algum lugar afastado ]

O jovem viajante atravessa a ampla soleira de pedra e depois para, piscando. Está em uma sala comprida e baixa, iluminada por lamparinas penduradas às vigas do teto, sobre a mesa de madeira escura e polida queimam muitas velas, altas e amarelas, emitindo uma luz forte.

Em uma cadeira, do lado oposto à porta de entrada, está uma jovem mulher. Os longos cabelos loiros caem em cachos sobre seus ombros, o vestido é verde, verde como juncos novos, salpicado de prata como gotas de orvalho, o cinto de ouro parece uma corrente de lírios-roxos, presa por botões azuis de miosótis.

Rodeando-lhe os pés, em grandes vasilhas de cerâmica verde e azul, boiam nenúfares brancos e ela parece estar num trono no centro de um lago.

--Entrem, caro convidado! - disse ela.

Ao ouvi-la falar, o jovem reconhece a voz cristalina que tinha ouvido cantar. Deu alguns passos tímidos adiante e começou a fazer reverências, sentindo-se estranhamente surpreso e desajeitado, como uma pessoa que, bate à porta de uma choupana para pedir um copo de água, tivesse sido atendido por uma jovem e bela ninfa toda coberta de flores. Mas antes que pudesse dizer qualquer coisa, ela pulou por sobre os nenúfares e correu na direção dele, rindo, enquanto corre, seu vestido fazia um ruído suave, como o do vento agitando as flores à margem de um rio.

--Venham, meu querido! - disse ela, pegando o jovem pela mão.

--Vamos rir e nos divertir! Sou Rakesh, Filha do Rio. - então passou ligeiramente por ele para fechar a porta, dando depois as costas para a entrada, com os braços brancos abertos.

--Vamos trancar a noite lá fora, pois talvez ainda esteja com medo, da neblina, das sombras das árvores, das águas profundas e das coisas hostis. Nada tema! Pois esta noite está sob o teto de Jhames.

O jovem olha-a maravilhado, ela olha para ele, sorrindo.

--Bela senhorita Rakesh. - disse o rapaz finalmente, sentindo seu coração se encher de uma alegria que não consegue entender.

Defensores da Terra: Viagem ao Mistério - Uma saga asgardianaOnde histórias criam vida. Descubra agora