- Cap. 8 -

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- Franceses e Unicórnios -


∆...∆

A noite anterior havia sido ótima, e ainda eram apenas 11h34min de terça feira, começo da semana e do dia, mas Ana já havia sido estressada. Ela tinha três projetos, o maior de sua vida e início de sua carreira, já havia sido feito e estava em obra. Ela se enganou quando achou que não teria mais com o que se preocupar, pois os outros dois eram coisas pequenas, apenas uma boate e uma casa de campo.

A morena não havia pesquisado para quem era a casa de campo, mas agora havia finalmente aberto a pasta preta registrada com o contrato, Sr. e Sra. Terries, um casal francês da alta sociedade, podres de rico, que compraram um terreno no Tennessee e exigiam coisas demais para uma casa de campo - e para a cabeça de Ana.

A garota já havia passado uma madrugada inteira para descobrir como fazer uma quadra de tênis, uma piscina, um jardim com uma estufa - de muitos metros quadrados e que o casal com certeza não iria cuidar - e um salão de jantar.

Um salão de jantar, quem é que faz isso numa casa de campo?

Ana não sabia se havia ficado mais irritada com o fato de o casal francês ter distorcido completamente a expressão "casa de campo" ou terem a feito ficar semanas e semanas fazendo apenas aquela planta. Mas finalmente ela havia terminado, havia colocado tudo o que eles queriam, e entregado as plantas na sexta passada. E naquela terça eles chegaram para uma reunião de última hora - onde ela teve que adiar outra com uma mulher que queria fazer uma boutique, e tomar um calmante leve, pois sabia que iria se estressar.

E não deu outra.

Naquele momento, Ana estava sentada em sua sala, tentando não levantar a voz com o casal francês no mínimo exigente e arrogante - no mínimo - ou voar no pescoço da mulher ruiva e alta que irritantemente não parava de bater com o salto no chão.

- Mas eu já falei, Sr. Terrier, se o senhor quer uma quadra de tênis e uma estufa desse tamanho, a quadra precisa ser aqui, e o salão de festa ser retangular e não quadrado - disse a morena calmamente.

Meu Deus, que diferença faz a droga do salão não ser quadrado? Ele nem devia estar numa casa de campo!

- Eu não gostei do salão assim, bebê, quero ele quadrado - disse a mulher, olhando apenas para o marido, como se Ana não estivesse ali na frente deles, ouvindo tudo.

- Então eu sugiro que diminua o tamanho da estufa - falou Ana, apertando a madeira debaixo da mesa com força.

- Não, amor, eu quero desse tamanho, eu disse que queria uma estufa grande - insistiu a ruiva, ainda virada para o marido.

- Minha mulher quer tudo do jeito que ela falou, não vamos mudar nada - disse o homem.

- Se os senhores querem todas essas coisas nesses metros quadrados, o salão precisa ser assim, e a quadra de tênis do outro lado junto da estufa, a casa está do tamanho que vocês pediram, e a planta tem que ser essa. Eu já fiz e refiz tudo isso aqui até entregar a vocês, realmente não dá.

- Então você não está fazendo o seu trabalho direito - disse a mulher.

- Eu sou formada em arquitetura por um motivo: eu estudei. E se fosse para passar quatro anos e depois fazer o meu trabalho mal feito, eu não teria ido para faculdade, e sim me casado com um homem rico e manipulá-lo para fazer tudo o quero.

Ela com certeza deveria ter se arrependido de falar aquilo, com certeza foi levado como uma falta de educação, de respeito, e muita audácia, mas ela não conseguia se arrepender.

50 Tons de Uma ExceçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora