- Cap. 10 -

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- Sensações -

∆...∆

Após o café, Christian alegou ter que ir embora pois ainda precisava trabalhar naquele dia, e Ana se apressou em um banho para se encontrar com Harry e Nick - seus amigos que finalmente decidiram se casar - no shopping.

O dia da morena fora tranquilo, algumas mensagens trocadas com Christian, mas nada demais - era um domingo em que o médico trabalhava, e ela não estava a fim de tentar entender aquilo, apenas se contentou em não atrapalhar.

Harry e Nick era um casal totalmente distinto, o gosto dos dois para a decoração - e tudo - era tão diferente que já estava deixando Ana louca. Os três estavam no shopping, almoçando na praça de alimentação, após andarem todos os andares olhando - e discutindo/brigando - sobre cores e guardanapos para o jantar de noivado.

E isso era o só o jantar!

Ana nem queria imaginar como seria com o casamento. A morena estava realmente com as palavras prontas na boca para dizer que não seria madrinha, mas a coragem - e amizade de anos - não deixava que ela as proferisse para ambos. Então lá estava ela, em pleno domingo, sentada de frente para Nick e Harry, com José - o padrinho - ao seu lado, ouvindo mais um dos motivos de Harry não querer nada com a cor rosa no jantar e muito menos no casamento.

A morena apenas se desligou da conversa quando Nick começou a rebater, pensando mais uma vez em Christian - sua mente não o deixava mais.

Desde a noite na boate, com Christian, que ela não conseguia parar de pensar nele, e sentir coisas estranhas em relação a ele, era como uma necessidade nunca sentida que só foi aplacada na outra vez em que se viram, em que ela pôde tocar nele, ouvir sua voz, sentir seu cheiro. E foi o êxtase sentir tudo de novo, como um baque, quando ele tocava de forma gentil seu corpo, o que a incitava a querer sempre mais. Desde aquela noite, não havia mais volta, ela tinha consciência disso agora. Aquilo, eles dois, juntos, depois de uma enxurrada de coisas acontecendo em sua mente e seu corpo quando estava perto dele, era a absoluta certeza de ambos. Aquela noite não fora só mais uma para nenhum dos dois, foi a noite, a noite que teve promessas não ditas de que não seria por apenas uma noite, promessas de que seria por muitas e muitas. E Ana não havia percebido o quanto precisava daquilo.

E muito menos Christian.

O médico, na verdade, nem mesmo parava para pensar sobre o que estava acontecendo com os dois, entre os dois, não queria começar a se questionar coisas do tipo e acabar tendo paranoias e perguntas que não teria nem mesmo como começar a pensar em fazer.

— Não é, Ana? Ana? - era Nick chamando-a.

— Oi? - ela respondeu, causando um franzido no cenho do amigo.

— Está tudo bem?

— Claro, por quê?

— Porque o Nick te chamou duas vezes e você parecia estar no Japão e não aqui - Harry respondeu. - O que está acontecendo?

— Nada, não tem nada acontecendo.

— Não parece - Nick comentou.

— É, fala aí - José incentivou.

Não tinha jeito dela falar que estava pensando demais em Christian para os três, ali, no meio do shopping numa praça de alimentação.

Nick, Harry e José eram ótimos amigos e Ana os conhecia desde o colegial, mas não se sentia nem um pouco a vontade em falar sobre algo tão íntimo com eles. O que era estranho. A garota era totalmente livre na hora de falar com seus amigos, desde os beijos ao sexo, mas em relação a Christian tudo estava diferente. Ela não queria compartilhar aquilo, ela queria apenas sentir o que estava sentindo - mesmo que com medo de sentir.

50 Tons de Uma ExceçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora