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Como Ana havia sido escolhida para ser a líder do Grande Projeto, seu trabalho havia sido dobrado, assim como as responsabilidades. Mas ela conseguia lidar com tudo, mesmo tendo que ficar até mais tarde com Jack na empresa e ainda tendo que levar o trabalho para casa. E aquela quarta era mais uma das noites em que teve de ficar até mais tarde na empresa, e somente às 23h08min ela estava no estacionamento já completamente vazio, a caminho de seu carro, pronta para ir para casa. Só precisava de um banho bem longo e quente e, claro, de sua cama com seu namorado de brindo.
O médico devia estar assistindo séries com Kate - que havia brigado com Elliot, que não era seu namorado, mas um peguete às vezes fixo, palavras da loira - que provavelmente xingava o irmão dele a cada oportunidade.
Ana só queria estar no meio deles comendo pipoca e secando Ian Somehalder em The Vampire Diaries.
Mas o mundo não estava a seu favor quando ela tentou pela terceira vez ligar o carro e ele nem mesmo fez barulho. A garota xingou alto quando percebeu que havia deixado o alerta ligado.
Tchau, bateria.
A morena estava prestes a pegar o celular dentro da bolsa quando uma batida na janela de seu carro fez quase pular do banco.
_ Deus, Jack, quer me matar? - gritou ela com a mão no peito sentindo o coração querendo sair do lugar.
_ Me desculpa, se acalma, sou só eu. Então, está tudo bem? Parece que o carro não está ligando...
_ Ah, sim, a bateira já era - resmungou.
Ela pensou ser impressão ter visto um sorriso se abrir nos lábios do homem, com certeza era coisa da sua cabeça.
_ Vamos, eu te levo para casa - disse ele, já abrindo sua porta para a garota sair.
_ Não precisa, vou ligar para o meu namorado - murmurou ela já com a bolsa aberta no colo.
Jack trincou o maxilar e aperto a maçaneta da porta.
_ Minha casa é perto do seu apartamento, não seria problema algum - insistiu com a expressão um pouco dura.
Ana mordeu o lábio inferior.
Christian não gostava muito de Jack, ele havia deixado claro quando o viu pela segunda vez, bem quando o homem estava em seu escritório - invadindo o espaço pessoal da mesma, o que já era costume à Ana - e o médico entrou sem bater. Foi uma cena tensa e Ana apenas tentava ser o mais profissional possível, ela sabia o quanto odiava uma das enfermeiras de um dos plantões do namorado. Era justo, afinal.
Mas ela realmente teria que ligar para Christian ir até lhe buscar quando Jack já estava ali? Seria melhor até para o namorado, ele devia estar cansado e numa boa, super quentinho, assistindo sabe-se-lá o que na TV, seria maldade ela fazê-lo sair naquela noite fria de dezembro. E não poderia pedir à Kate também, ela estava no mesmo barco.
