- Cap. 9 -

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 - Incansável -

∆...∆

A tarde de sábado se foi, e já era 20h12min.

Kate havia saído com um tal que Ana nem quis saber o nome pois o homem todo engomadinho e de cabelo liso já havia a irritado com aqueles "senhorita", "é um prazer muito grande conhecer a senhorita", "espero nos vermos novamente, talvez para um chá, todos nós".

Ah, ela não tinha paciência com esse tipo.

José - seu amigo mecânico que adorava uma rodada de álcool e uma mulher rodada — havia ligado para uma festa de universidade. Ana nunca gostou de universitários, eram sempre convencidos demais, como se fosse algo muito grande e superior el es estarem na faculdade - a qual provavelmente suas notas eram pagas. Porém, festas universitárias eram boas, as melhores, mesmo que ela não se lembre com clareza de todas elas - talvez nenhuma. Mas naquela noite ela não queria sair, estava com muito preguiça de levantar da cama, tomar banho, se arrumar - e pior, desligar o Netflix.

Naquele momento a morena estava na cama, totalmente a mercê do mundo após ter terminado de ver a sexta temporada de Game of Thrones.

Seu celular brilhou no meio da cama, e seus olhos se arregalaram quando viu a foto de sua mãe na tela.

Droga, o jantar, ela havia se esquecido completamente!

— Mamãe - falou assim que atendeu, após passar dois segundos pensando seriamente em ignorar ou jogar o aparelho pela janela, alegando ter sido assaltada ou ter o deixado cair.

— O que aconteceu, filha? E o jantar? - sua mãe logo perguntou, a voz meiga e calma como sempre, preocupada.

— Mamãe, eu... Ah, quer saber, vou dizer a verdade: eu esqueci. Não foi de propósito, eu esqueci mesmo, esqueci de anotar, esqueci de falar com a Hannah também para que ela pudesse me lembrar. Eu fiquei com tanto trabalho essa semana que não deu para pensar em nada, e se a senhora não tivesse ligado agora eu não iria lembrar - falou direto, vomitando as palavras de uma vez e sem respirar.

Sua mãe suspirou do outro lado.

— Bom, tudo bem, mas saiba que seu pai está furioso com você, meu amor, e depois de hoje, de não ter aparecido no jantar, ele está mais furioso ainda, bufa por todos os lados da casa.

— Ele está aí?

— Não, acabou de ir para o escritório, nem comeu, bateu portas e disse que estava muito decepcionado com você.

Decepcionado? Ah, droga.

— Eu sinto muito - foi sincera.

— Não é para mim que você tem que dizer isso, filha. O que está acontecendo? Seu pai não quis me contar o que fez, mas pelo visto foi grave.

— A gente pode falar sobre isso depois? Podemos marcar outro jantar?

Sua mãe suspirou.

— Nós vamos fazer uma viajar nesse domingo, voltamos no outro. É bom que vocês dois vão ter tempo de descansarem um do outro e se resolverem. Mas o 4 de julho logo vai chegar, vamos para a casa do lago, você irá, não é? Tem tanto tempo que não reunimos a família.

— Eu não sei, mamãe.

— Filha, faz um esforço e tente se acertar com seu pai - insistiu sua mãe.

Ana mordeu o lábio inferior.

— Tudo bem, eu vou dar um jeito - deu-se por vencida. - Te amo, mamãe, até mais.

50 Tons de Uma ExceçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora