Capítulo II

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Optei por um vestido preto e um tênis branco. Marina, por outro lado, escolheu uma combinação de short rendado e uma blusa. Dei uma boa olhada para Mari. Ela estava muito bonita mesmo, seus cabelos pretos combinaram perfeitamente com a roupa. 
Mari: Vamos? - Ela chamou-me. 
Ela puxou-me pelo braço e então subimos a rua de sua casa. A movimentação de pessoas era enorme. Aquele lugar estava lotado. Carros e motos passavam por nós o tempo inteiro. Em cada esquina, haviam homens armados e a maioria deles mexia com a gente. 
XXX: Que isso hein Mari... Quem é a amiguinha? – Ele perguntou
Ela parou para dar um abraço nele. 
Mari: Ela é a Juliana. Tá vindo morar aqui. 
XXX: Opa, maravilha. 
Virei o rosto. Eles não tentavam nem disfarçar os olhares. Se eu conhecesse aquele lugar, pode ter certeza que eu não estaria mais ali. 
Mari: Ela tem um gênio difícil. – Explicou. 
O homem continuou a sorrir enquanto voltávamos a andar em direção ao baile. 
Ju: Eles são sempre assim. 
Mari: Uma mulher que não morra de tesão por eles ainda é uma novidade. Aquele era o Ruan. Vai dizer que era feio...
Ju: Não, ele era até bonitinho, mas era um idiota. 
Chegamos a um lugar amplo com um palco bem a frente. O som estava nas alturas e só tocava funk. Mari, então, teve a brilhante ideia de passar no meio da multidão. 
Ju: Onde estamos indo?
Mari: Conhecer algumas pessoas. 

Ela levou-me para trás do palco, onde havia uma salinha. Assim que entramos, pudemos ver vários homens com pistolas escoltados por outro com bom e velho fuzil. Haviam várias mulheres ali, provavelmente prostitutas... ou moradoras. Ela levou-me até os 3 homens sentados em cadeiras conversando. 
Mari: Oi gente. – Ela cumprimentou-os. 
Mari: Essa é minha melhor amiga, Juliana. A que eu disse que viria morar comigo. Ju, esses são PB, TC, Menor.
Ju: Tá, agora eu quero saber o nome deles. 
Mari: Pablo, Thiago e Mauro. – Ela respondeu envergonhada pela minha insolência. 
Ju: Muito prazer. – Disse educadamente. 
PlayBa: Ui, marrentinha. – Ele brincou. 
O homem do meio pegou minha mão e beijou-a cavalheiramente. Como era seu nome mesmo?! Thiago não é?!
TC: O prazer é todo meu, marrenta. 
Retirei minha mão bruscamente, apesar de estar encantada pelo seu gesto. 
Menor: Linda ela, Mari. Tem mais amiguinhas não? 
Mari: De fora só ela, porque a Ju é especial. 
Ju: Ei, vou ali fora comprar algo para beber.
TC: O que você quer beber? – Ele perguntou. 
Ju: Qualquer coisa com bastante álcool – Disse
TC: Arruma uma Ballantines pra ela ai. 
Em menos de um minuto, entregaram-me uma garrafa média do maravilhoso liquido âmbar. Li rapidamente no rótulo: 42% de álcool. Perfeito! Abri-a e saboreei da sensação gostosa do álcool descendo queimando por minha garganta. 
PB: Sentem ai, vem beber com a gente. – Convidou
Mari: Tenho que terminar de mostrar a favela pra Ju. 
TC: Deixe isso comigo. – Ele disse, brotando ao meu lado. 

Do Morro Ao AsfaltoOnde histórias criam vida. Descubra agora