Optei por um vestido preto e um tênis branco. Marina, por outro lado, escolheu uma combinação de short rendado e uma blusa. Dei uma boa olhada para Mari. Ela estava muito bonita mesmo, seus cabelos pretos combinaram perfeitamente com a roupa.
Mari: Vamos? - Ela chamou-me.
Ela puxou-me pelo braço e então subimos a rua de sua casa. A movimentação de pessoas era enorme. Aquele lugar estava lotado. Carros e motos passavam por nós o tempo inteiro. Em cada esquina, haviam homens armados e a maioria deles mexia com a gente.
XXX: Que isso hein Mari... Quem é a amiguinha? – Ele perguntou
Ela parou para dar um abraço nele.
Mari: Ela é a Juliana. Tá vindo morar aqui.
XXX: Opa, maravilha.
Virei o rosto. Eles não tentavam nem disfarçar os olhares. Se eu conhecesse aquele lugar, pode ter certeza que eu não estaria mais ali.
Mari: Ela tem um gênio difícil. – Explicou.
O homem continuou a sorrir enquanto voltávamos a andar em direção ao baile.
Ju: Eles são sempre assim.
Mari: Uma mulher que não morra de tesão por eles ainda é uma novidade. Aquele era o Ruan. Vai dizer que era feio...
Ju: Não, ele era até bonitinho, mas era um idiota.
Chegamos a um lugar amplo com um palco bem a frente. O som estava nas alturas e só tocava funk. Mari, então, teve a brilhante ideia de passar no meio da multidão.
Ju: Onde estamos indo?
Mari: Conhecer algumas pessoas.Ela levou-me para trás do palco, onde havia uma salinha. Assim que entramos, pudemos ver vários homens com pistolas escoltados por outro com bom e velho fuzil. Haviam várias mulheres ali, provavelmente prostitutas... ou moradoras. Ela levou-me até os 3 homens sentados em cadeiras conversando.
Mari: Oi gente. – Ela cumprimentou-os.
Mari: Essa é minha melhor amiga, Juliana. A que eu disse que viria morar comigo. Ju, esses são PB, TC, Menor.
Ju: Tá, agora eu quero saber o nome deles.
Mari: Pablo, Thiago e Mauro. – Ela respondeu envergonhada pela minha insolência.
Ju: Muito prazer. – Disse educadamente.
PlayBa: Ui, marrentinha. – Ele brincou.
O homem do meio pegou minha mão e beijou-a cavalheiramente. Como era seu nome mesmo?! Thiago não é?!
TC: O prazer é todo meu, marrenta.
Retirei minha mão bruscamente, apesar de estar encantada pelo seu gesto.
Menor: Linda ela, Mari. Tem mais amiguinhas não?
Mari: De fora só ela, porque a Ju é especial.
Ju: Ei, vou ali fora comprar algo para beber.
TC: O que você quer beber? – Ele perguntou.
Ju: Qualquer coisa com bastante álcool – Disse
TC: Arruma uma Ballantines pra ela ai.
Em menos de um minuto, entregaram-me uma garrafa média do maravilhoso liquido âmbar. Li rapidamente no rótulo: 42% de álcool. Perfeito! Abri-a e saboreei da sensação gostosa do álcool descendo queimando por minha garganta.
PB: Sentem ai, vem beber com a gente. – Convidou
Mari: Tenho que terminar de mostrar a favela pra Ju.
TC: Deixe isso comigo. – Ele disse, brotando ao meu lado.
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Do Morro Ao Asfalto
RandomDois mundos completamente diferentes, dois caminhos que se cruzam. De um lado, Juliana Arezzo, filha de um poderoso e impiedoso empresário. Do outro, Thiago da Costa, conhecido como TC, dono da maior favela da América Latina, a Rocinha. July, como é...