Capítulo XVI

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De longe, eu pode ouvir o barulho de um carro. Mari? Alguns segundo depois, eu ouvi senti que Lou fora praticamente atirado para longe de mim. O barulho do gatilho de uma arma. Não era Marina. Abri os olhos e encontrei TC, parado a minha frente, pronto para atirar. 
Ju: Não. – Gritei, jogando-me em sua frente. 
TC: Sai da frente. – Ele disse secamente. 
Ju: Não vou deixar você matá-lo. 
TC: Eu apenas gostaria de saber o que ele teria feito se eu não tivesse chegado. 
Ju: Não quero que faça isso por mim. 
TC: Estou fazendo por ti, como faria por qualquer uma. Não admito que façam isso dentro da minha favela.
Ele tirou-me do caminho e novamente, voltou a mirar, dessa vez, não fiz nada para impedir. O som dos tiros invadiram meus ouvidos. Ele pegou o rádio e murmurou algo. 
TC: Vamos. – Ele puxou-me pelo braço, nada cuidadoso.
Abri o portão e não lutei quando ele praticamente arrastou-me para dentro. Ele fechou a porta atrás de si com violência. Sentei-me no sofá tentando raciocinar algo. 
TC: Qual a porra do seu problema? – Ele gritou
Ju: Não grita comigo, inferno. – Queixei-me irritada. 
TC: Se você não fosse tão teimosa, isso nunca teria acontecido e eu não estaria gritando contigo agora.
Ju: Você não precisava ter feito o que você fez idiota.
Eu não sabia exatamente o que estava sentindo. Era uma mescla entre tristeza, culpa e raiva. Eu realmente gostei de Louis e a ideia que ele estivesse morto por minha causa acabava comigo. 
TC: Não vou repetir o que eu já lhe disse antes. 
Ju: Se você não tivesse me convidado pra essa festa e ido se agarrar com suas putas, eu não teria me recusado a voltar contigo. 
TC: Ué, eu deveria ter ficado contigo? 
Ju: É o que se espera quando se convida uma garota para uma festa. 
Ele pareceu pensativo. 
TC: Você esteve me espionando? 
Ju: Eu?! Não... 
TC: Era você atrás da pilastra? – Ele começou a rir. 
Ju: Arg, idiota. 
Eu estava pronta para esmurrar sua cara quando ele segurou minha mão. 
Ju: Me solta. – Protestei. 
TC, mais que rapidamente, empurrou-me contra a parede de tijolos da sala de Mari. Seus olhos queimavam e consumiam-se em um sentimento oculto... Desejo? 
TC: Você me confunde. O que quer afinal?! 
Eu estava sem palavras. Completamente entregue. Eu sabia que se ele tentasse-me ali, eu não poderia resistir. 
TC: Eu poderia fazer tudo o que fiz com elas 3 vezes melhor, se assim desejar. – Ele sussurrou em meu ouvido. 
Ele beijou-me sem qualquer cuidado. Aquela chama arrebatadora queimava-me. Eu o queria ali sem qualquer cerimônia. Suas mãos moveram-se para os botões de minha blusa. Ele os desfez tão rapidamente como se nunca tivessem sido abotoados. Arranquei-a e a joguei em um canto qualquer. Eu sinceramente estava frustrada por ter colocado sutiã aquela noite. Movi-me rapidamente retirando sua camisa polo. 
Ju: Na sala? Tem certeza? Mari e Pablo podem chegar. – Disse roucamente. 
TC: Onde fica o seu quarto?

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