||13|| Calmante natural sem efeitos colaterais.

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Maratona 1/5

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Maratona 1/5

POV ISAAC

— Eu sei que você está aí — afirmava a voz, do outro lado da porta.

Me encolhi ainda mais na cama.

A voz deu uma risadinha desdenhosa.
— Você está com medo, Isaac? — perguntou. — Eu consigo sentir o seu medo daqui.

   Estava respirando pausadamente, tentando me livrar do medo, entretanto, o medo não é algo fácil de se livrar.

Repentinamente, tudo ficou silencioso. Silencioso até demais.

Click

  Eu havia sido trancado dentro do quarto, mas ainda não sabia se isso era bom ou ruim.
  Não tive tempo para saber, pois no instante seguinte eu ouvi gritos, gritos de uma mulher pedindo ajuda.

  Corri para a porta, mas ela estava trancada por fora.
  Ainda tive tempo de ouvi-lá gritar meu nome uma última vez e então tudo ficou silencioso.

   Abri os olhos, tentando me tranquilizar.
   Meu corpo inteiro tremia, mas não era só pelo frio que estava sentindo, ía bem mais além do que isso.

Foi só mais um pesadelo, Isaac, repeti para mim mesmo. Não é real.

   Faziam alguns anos desde o meu último pânico noturno. Da última vez, eu quase acordei o orfanato inteiro com os meus gritos.
   A minha infância inteira foi meio que resumida nisso. Quando eu era menor, era o sonambulismo, porém, com o decorrer dos anos passou do medo, agitação, para algo pior; os gritos noturnos.

   Ouvi a porta do dormitório ser aberta, mas permaneci encolhido no mesmo lugar, chorando.
  Os passos foram ficando mais próximos, mas eu não me movi.

— Ei, olha para mim — pediu uma voz ao lado da minha cama. Me virei, hesitante e encontrei uma Luna preocupada. — Vem aqui — no instante seguinte eu estava a abraçando com tanta força que imaginei que a qualquer momento ela fosse me xingar, mas não, ela retribuiu o abraço da mesma forma.

— Lu — sussurei baixinho, encostando a cabeça em seu ombro. Ela deslizou carinhosamente as mãos sobre o meu cabelo, os bagunçando como costumava fazer.

À vi abrir um sorriso triste.
— Oi, Zack.

   Os minutos foram se passando, aos poucos estava me acalmando. A principal responsável por isso era uma garota baixinha e emburrada, que apesar de todas as merdas que eu havia feito estava aqui, do meu lado, me passando tranquilidade mesmo sendo um tremendo caos.

   Algum tempo depois, quando eu já estava tranquilo, ela se levantou da cama, mas eu a segurei pelo pulso. Eu não queria que ela fosse embora, não queria que ela se afastasse de mim. Só a ideia de ficar longe dela outra vez, me deixava louco.
— Fica, por favor — pedi baixinho.

Ela me encarou.
— Eu não ia a lugar algum — abriu um sorriso brincalhão. Sentia falta desse sorriso. —, mas você vai para o banho.

Fiz careta.
— Ah, não!

Ela riu.
— Não seja porco, Isaac, você está suado e com a cara toda vermelha — passou as mãos sobre a minha testa. — E ainda está quente!

— Mas eu estou com frio!

— Exatamente! — exclamou ela. — Isso se chama febre, Zack, febre!

Abri um sorriso que quase me rasga a cara.
— Você me chamou de Zack — observei bobamente. — Duas vezes.

Ela se fez de desentendida.
— Sério? Nem percebi.

Revirei os olhos.
— Você é uma chata!

Ela me deu língua.
— E você é um porco que não quer tomar banho.

Fiz beicinho.
— Eu estou com frio.

Ela revirou os olhos.
— Se cobre depois  — e antes que tivesse tempo de protestar, ela me arrastou banheiro à dentro, abriu o chuveiro e me jogou uma toalha. — É melhor que você tome um banho bem tomado, se pensar em aparecer fedendo eu mesma lhe arrasto até o banheiro e te dou banho. Estamos entendidos?

   Eu tinha minhas dúvidas a respeito disso, mas ela era maluca o suficiente para fazer coisas piores, por que não faria isso também?
Bati uma continência.
— Sim, senhora! — ela deu dedo no meio, antes de sair do banheiro, me deixando sozinho.

   Dentro daquele box, com a água gelada batendo contra meu corpo eu percebi. Percebi que a garota que todos pintavam como inconstante havia me provado milhares de vezes que jamais me abandonaria, enquanto que eu, na primeira oportunidade que tive, a abandonei. Eu realmente sou um idiota.


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[Oi, quero estrelinha]

Esse capítulo foi dedicado exclusivamente para aqueles que quase arrancaram meu fígado por fazer o bebê Isaac chorar. Viram, só? Serviu para alguma coisa.

A NOSSA DUPLA TA DE VOLTA!

Todas as faces de Luna [CONCLUÍDA/EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora