Capítulo 6

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O quão grande uma coincidência pode ser? Se eu chegasse a pensar no rapaz misterioso da noite anterior eu imaginaria encontrando-o andando pela Vila ou entrando em algum restaurante, ou loja, mas nunca chegaria a imaginar que o encontraria ali. No castelo. No dia seguinte! Na verdade nem chegaria a pensar nele se não tivesse o encontrado, não era o tipo de pessoa que guardava na mente por muito tempo a pessoa que esteve comigo na cama. Já estive em situações muito constrangedoras por causa disso.

Claro que foi uma noite prazerosa. Mas uma noite intensa que eu poderia repetir com qualquer outro, ele não era especial, só estava surpresa por ele está ali. E se estava ali, falando daquele jeito como se uma criada não fosse nada, ele com certeza era um nobre. Era rápido e fácil chegar a essa conclusão. E eu nunca havia dormido com um ser da nobreza, no máximo uma pessoa rica. Não queria arriscar ser ainda mais maltratada por um nobre arrogante.

Voltei a realidade ao ouvir sons de risadas, dele. Levei meu olhar semicerrado em sua direção pronta para perguntar o motivo da graça, um pouco surpresa e confusa por ele está rindo nesse momento.

— Está rindo do que?

— Das suas expressões. Até hoje não tinha visto um rosto passar por tantas expressões faciais em uma velocidade tão rápida. — sua risada já havia cessado quando terminou de me responder, e em seguida arqueou uma sobrancelha ao continuar:— Presumo que esteja se perguntando quem sou? E se lembrando da nossa noite pecaminosa? Dos sons que você fez quando eu…

— Você já pode parar com seu falatório — cuspi as palavras tentando conter o rubor que insistia em aparecer em meu rosto, não estava lembrando de nada disso. Não até ele comentar sobre. Foi uma noite muito boa, mas acabou! — Então você acha engraçado encontrar uma mulher que já passou por sua cama? Gosta de rir delas?

— E eu não devia achar engraçado? — ele desvia de minha perguntas com outra, dando um passo à frente e se aproximando mais de mim. Não dei o gostinho de desviar o olhar do dele como talvez tenha sido sua intenção. — Encontrá-las e ver em suas expressões a expectativa de eu repetir tudo o que eu fiz, de um jeito ainda mais delicioso.

Foi a minha vez de rir, só que a minha risada era mais alta e sincera do que a dele tinha sido. E ainda mais sarcástica. Ele com certeza se achava, o típico mulherengo que pensava ser o melhor de todos. Não quero que ele repita nada.

— Se você viu, ou acha que viu, tudo isso em minhas expressões, precisa melhorar muito sua leitura facial. — falo com firmeza. — Eu não espero e nem quero repetir a noite anterior.

De surpresa por ele está ali no castelo, estava indo para raiva pelo jeito dele. Metido.

— Você tem certeza, minha querida? — ele perguntou com uma voz suave se aproximando ainda mais de mim, acabando com nossa pequena distância e abaixando o tom de voz. — Não deseja ser tocada daquele jeito novamente? Não deseja ter meus lábios em sua pele? Meu corpo se movimentando ao seu? Você ainda está com o vestido de ontem, será que dessa vez posso rasgá-lo?

Estava tentando controlar meu corpo para não se abalar com aquela aproximação e as aquelas malditas palavras, com aquele tom de voz tão sexy... mas se aquilo tudo não conseguiu me descontrolar, os olhos conseguiram. Eram de um azul intenso e havia um fogo dentro deles, conseguiria deixar as pernas de qualquer mulher bambas, e as minhas estavam indo por esse caminho quando um grito foi proferido.

— Henrik! — uma voz feminina aguda gritou, me tirando rapidamente do desejo que estava quase me consumindo e me fez dá vários passos para longe do rapaz a minha frente. Graças aos deuses. Não queria cair nesse papinho. — Não acredito que é você! Finalmente chegou!

A Veracidade das SombrasOnde histórias criam vida. Descubra agora