A Veracidade das Sombras

Capítulo 19

Assim que soube onde Leon estava hospedado, graças a ajuda do Rei Lorcan, o agradeci pela informação e pedi para um dos guardas de Aradaik avisar a Makenna onde eu estava indo. Não sabia onde ela estava depois de espia-lá no corredor com Henrik e não sairia procurando por ela por minutos longos e cansativos, só atrasaria o que eu teria que fazer na Vila.

Eu não sabia exatamente em que local Leon estava, só sabia o nome da estalagem e, com isso, teria que pedir orientação e ajuda para algumas pessoas para achar o lugar. Porém, ao sair do castelo e ver uma silhueta conhecida a frente caminhando pela trilha que dava para a Vila, quase suspirei de alívio, ela com certeza me ajudaria.

— Caswell! — gritei para que ela me ouvisse. — Espere!

Corri em sua direção assim que ela parou e se virou para ver quem tinha gritado seu nome. A cozinheira estava sem seu uniforme típico de funcionária do castelo, ela vestia um simples e bonito vestido marrom com detalhes em vermelho que ia até abaixo do joelho, os fios ondulados e loiros estavam soltos, caindo sobre seu ombro, e uma cesta estava sobre seu braço.

— Ainda bem que te encontrei! — falei assim que cheguei perto dela. — Está indo visitar sua irmã e o seu sobrinho?

— Sim, é minha tarde de folga. — ela respondeu com um pequeno sorriso, arrumando a cesta que carregava. — Precisa de algo?

— Preciso encontrar uma estalagem chamada O Descanso do Viajante, pode me ajudar? Se não for atrapalhar, claro.

— Não vai atrapalhar, essa estalagem fica perto da casa de minha irmã. — ela esclareceu, tornando seu sorriso ainda mais simpático. — Posso te acompanhar até lá, vamos?

Eu sabia que ela iria me ajudar. Caswell é muito prestativa.

— Claro! — eu disse animada começando a caminhar ao seu lado. — Muito obrigada, com sua ajuda não irei me perder.

Isso estava acontecendo com frequência recentemente, me perder quando tentava achar algum lugar. Estou tentando evitar isso.

— Difícil se perder na Vila, as pessoas são bem simpáticas e podem te ajudar se isso ocorresse. — ela me informou, virando o rosto para me olhar. — Mas fico feliz em ajudar.

Lancei um sorriso em sua direção e agradeci aos Deuses por sempre colocarem uma solução, ou alguém, em meu caminho quando parecia que eu ia acabar perdida.

Chegamos na Vila minutos depois, conseguindo manter um bom papo e afastar o silêncio constrangedor. Era bastante fácil falar com Caswell, uma pessoa simpática e calorosa. Acabamos por fazer uma brincadeira de "eu pergunto, você responde, você pergunta e eu respondo", assim acabamos por nos conhecer melhor em poucos minutos de caminhada.

— Quantos anos você tem? — fui a primeira a perguntar.

— Vinte e cinco, e você?

— Vinte anos.

— Comida preferida? — Caswell perguntou na sua vez.

— Tortas, com certeza.

— Mas eu perguntei comida, almoço, jantar, e não sobremesa. — ela riu.

— É tudo comida, qual a sua?

— Espaguete.

— Primeiro beijo com quantos anos? — fui mais ousada em perguntar.

— Dezoito.

Não acredito que ela esperou tanto tempo para beijar alguém, mas ela deve ter tido seus motivos e não devo julgar.