Capítulo 35

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HENRIK
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O príncipe saiu do almoço assim que recebeu a notícia que seu amigo tinha acordado, finalmente, deixando a diversão fingida para trás. Tinha aproveitado os dois últimos dias com sua mãe o máximo que pode, aprendendo mais sobre seu poder de metamorfose e descobrindo que talvez ele, ou um de seus irmãos, tinha herdado o poder de fazer feitiços como sua mãe. Ele duvidava, acreditava que era algo mínimo para ser usado, talvez um poder maior nascesse junto com um filho ou sobrinho. Isso só o tempo poderia dizer e mostrar, e por isso que ela havia pedido que eles guardassem bem seus diários e livros em um local onde só eles poderiam acessar. Diários cheios de segredos, histórias e feitiços nunca vistos.

- Pretendia dá os livros e diários em algum momento para vocês, ali contém todos os detalhes dos meus poderes e muitas histórias antigas que foram esquecidas. - sua mãe lhe contou durante uma visita a tarde ao seu quarto, o pegando de surpresa. - Além de alguns feitiços que deveriam está na Ilha de Greenker, mas são feitiços que devem continuar não conhecidos. Então esconda-os bem.

Como eles iriam esconder isso era algo que ele não havia pensado ainda. Com sua mãe voltando para o Bosque de Haeshym, a proteção que havia nos livros iria sumir, por isso eles precisavam escondê-los. Talvez ele conseguisse arrumar um feiticeiro de confiança para ajudá-los. Mas de confiança mesmo. Alguns feitiços tem que ficar escondidos de feiticeiros ambiciosos e maus intencionados.

Foi em um dos diários de sua mãe que descobriram o veneno que estava no sangue de Conrad, e descobriram a flor - tão simples e fácil de achar -, que poderia salvá-lo. Como um veneno tão antigo e que há muito tempo não era visto acabará atingindo Conrad, ninguém sabia, e a única hipótese era que foi pela gosma negra que tinha em seu corpo quando ele foi achado, que talvez tenha entrado pela ferida em sua barriga.

- Isso é mais um problema para resolver, como esse veneno apareceu. Se voltar a acontecer, deverá tentar achar quem está fazendo isso. - sua mãe lhe orientou, enquanto os dois preparavam o chá com a flor que salvaria seu amigo. - Deve convocar os feiticeiros de Greenker e fazer uma busca de quem está usando feitiços proibidos.

Os feiticeiros sempre tiveram mais confiança em Mylathow, porque o reino, antigamente, protegia o Bosque de Haeshym. Mesmo quando o poder do Bosque sumiu, a confiança continuou.

- Porque fala como se eu fosse o escolhido para governar Mylathow? - o príncipe acabou fazendo a pergunta que insistia em aparecer em sua mente. - Keeran pode acabar sendo o escolhido.

Ele não sabia se estava pronto para governar, mas ele não tinha escolha, não é mesmo? Seu povo e família em primeiro lugar.

- Eu não sei quem será o novo Rei, mas eu sei que você e seu irmão trabalharam juntos para governar Mylathow. - sua mãe explicou, tocando seu rosto com carinho. Ela acreditava muito na união entre os irmãos. - Não façam que nem seu tio Alik, que ficou enclausurado em Sathar por inveja de seu pai, porque o irmão mais novo foi escolhido e não ele. Ele tem rancor até hoje. Vocês devem permanecer unidos e trabalhar em equipe.

Eloá repetia essa última frase bastante durante esses dois dias. Keeran sempre concordava, ainda não sabendo que sua mãe não voltaria mais. Esse era outro problema para Henrik, como seu irmão mais novo iria lidar com a notícia depois que tudo acabasse e sua mãe não estivesse aqui. Ele torcia para que Keeran aceitasse de forma razoável e entendesse a história toda. Assim como Weynar, sua sensata e corajosa irmã.

De agora em diante seria apenas os três e a lembrança de sua mãe, que no fundo sempre estaria ao lado deles, os acompanhando em suas jornadas.

- Como ele está? Se recuperou totalmente?

A Veracidade das SombrasOnde histórias criam vida. Descubra agora