A parede de tijolos sustentavam os postêrs de bandas de Jazz, enquanto o bar cheirava a tabaco e a bebida.
Era lógico que a moda dos suspensórios havia sido morta desde que Elvis apresentava a liberdade jovial com rock, e mulheres colocavam as pernas de fora com saias e cabelos de Laquê.
Mas naquela parte de Paris, a moda dos anos vinte ainda se vivia como única.
Charles Payne engoliu o conhaque em um gole e acendeu um cigarro. Boris Vian estava ali, no palco. Pálido feito uma folha, ele ainda sustentava algumas notas de jazz, enquanto via suas admiradoras se mexendo, fumando boquilhas e bebendo drinks femininos.
O francês era seduzente, o italiano era conquistador, o britânico rude, o espanhol cômico, o português brasileiro exótico e o árabe confuso.
A diversidade se encontrava naquele beco de Jazz maldito.
O que poderia se imaginar, com os postêrs rasgados na parede, as cadeiras de madeira lotadas, a fumaça dos cigarros, a dança das mulheres.
As damas de companhia, as prostitutas com pernas mais bonitas do que a Mistinguetti estavam todas o cantando em francês. Era claro que um homem de seu porte procuraria uma boa puta para se aliviar.
J'suis snob começou a tocar com a doce melodia do piano, quando Genevieve apareceu na sua frente.
Ela trajava espartilhos com uma saia aberta, mostrando suas pernas morenas. De pele negra, e cabelo chanel, com batom vermelho, ela usava meias arrastões e sorriu maliciosamente para ele.
— Bon nuit, Payne. O que está fazendo em Paris, novamente?
Charles apagou o cigarro no cinzeiro e se inclinou. Seu chapéu a la máfia caiu a frente e ele sorriu.
— O que Paris tem, Londres jamais me dará.
— Putas boas, jazz de qualidade e bebidas quentes? Achei que Londres fosse tudo isso.
— Londres ainda está em festa com a coroação da jovem Elisabeth. Não me agrada a monarquia.
— E te agrada um beco de Jazz com comunistas, ladrões e mafiosos?
— É o lugar que eu pertenço — Ele sacudiu a cabeça — O que está acontecendo com o jovem Boris?
Genevieve olhou para o cantor, e sorriu triste.
— Ele anda meio doente. Mas não se preocupe, ele vai sobreviver. Se não sobreviver, demos graças á morte. Ela é a salvação para nosso tipo.
— Nosso tipo?
— Acha que o mundo se agrada de libertinos como nós? — Ela tirou a boquilha do decote e acendeu — Libertinos e prostitutas não são bem vindos no mundo. Assim como os homossexuais, comunistas e a raça maldita.
— Alan Turing que o diga — Charles retirou o chapéu. Seus cabelos castanhos caíram sob seus olhos e então, Genevieve lambeu os lábios.
Ele era um homem bonito. Malhado feito uma porta, Charles Payne parava Paris quando chegava. Seus cabelos castanhos e sua barba rala eram disputados pelas meninas quando ele pedia uma acompanhante.
Genevieve já tivera a chance de se deitar com ele. E ela adorou cada segundo.
Charles pediu mais uma bebida.
— Quantos anos fizeste já, Nieve? — Charles perguntou e acendeu mais um cigarro. O som da batida do jazz penetrou no bar, fazendo todos se levantarem e começarem uma dança maliciosa, entre os gritos franceses e as risadas gritantes das damas.
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Alabama Song (HISTÓRIA OFICIAL)
FanficNa década de 50, na idade do ouro no cinema, Elvis reinava na terra da música e o jazz ainda tocava nas ruas de Paris. Charles Payne tomava conhaque no Le Trous e Jamil Malik era um aspirante à escritor que amava a vida. O caminho dos dois foi selad...