Na segunda-feira a tarde eu acordei com um pouco de dor de cabeça e meu celular gritando feito um louco. Não tinha ido para o colégio como todos os outros que eu sabia. Procurei meu celular pela cama e o achei quase caindo, o identificador estava o numero de Artur.
- alo - digo, minha voz estava sonolenta.
- você sabe que horas são? - ele pergunta, parecia irritado. Tiro o celular da orelha e vejo.
- são quatro e meia - minha voz sai em um resmungo.
- você me esqueceu, Venus - Artur estava quase chorando.
Eu levantei em um solavanco lembrando, Artur ainda estava no colégio, depois do seu futebol.
- eu já estou indo - digo saindo da cama e correndo para o closet - me desculpa, eu...
- eu não quero saber - e desligou na minha cara.
xingo mentalmente enquanto coloco um short já que eu estava só de calcinha, amarro o cabelo em um coque e saio de casa descalça mesmo pegando a chave do carro de Shayene.
Minutos depois eu paro em frente ao colégio do meu irmão, ele estava sentado na escada e quando me viu se levantou com uma cara não muito boa, ele estava suado, seu uniforme do time todo sujo e quando ele entrou no carro bateu a porta com força me fazendo fazer uma careta.
- Artur... - tento falar, mas ele me corta com um olhar mortal, volto a ligar o carro e faço ele andar.
O caminho todo foi em silencio, ele não me olhava, não falava comigo e nem desmanchava a cara feia. Artur era igualzinho ao nosso pai quando estava bravo, principalmente a ruguinha que se formava em sua testa.
Assim que passei pelos portões da entrada e estacionei em frente a casa Artur desceu do carro e voltou a bater a porta, encostei a testa no volante e espirrei.
Entrei em casa e joguei as chaves em cima de uma mesinha que tinha ali do lado da porta, Shayene estava no pé da escada com a cara toda amassada ainda dentro do seu pijama.
- o que houve? - ela pergunta me fitando.
- dormi de mais e esqueci de ir buscar Artur - respondi, ela arregala os olhos.
- meu deus, eu também esqueci - ela coloca as mãos na boca e eu dou de ombros.
- agora ele não vai falar comigo - me jogo no sofá de cara e abafo um grito. - eu sou uma irresponsável.
- você não é - ouço shay dizer - acontece, Venus. E a culpa não é só sua, eu estava acordada e não lembrei também.
- Shayene! - levanto a cabeça a assustando e ela cai sentada no chão, já que estava abaixada do meu lado - como pode?
- minha cabeça estava doendo, não estava conseguindo pensar! - ela fez uma careta - vamos compensa-lo por termos esquecido dele.
- fazendo o que? - pergunto derrotada.
- do que ele gosta de comer?
- lasanha.
- então vamos fazer lasanha - bufo e me levanto - mais temos que ir no mercado, acho que a dispensa esta vazia.
- meu deus, as mulheres dessa casa não faz compra? - pergunto e ela da de ombros.
- Mark que faz - ela fez outra careta - como Mark faz falta.
- verdade - concordo.
Fizemos a lasanha, sem a massa já que não tinha, era apenas recheio. Enquanto esperávamos ela ficar pronta Shayene foi trocar de roupa e eu fui chamar Artur. Respirei fundo antes de bater na porta, ele não atendeu. Girei a maçaneta e coloquei a cabeça para dentro do seu quarto olhando em volta.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Vênus
Teen FictionSempre a algo/alguem que possa lhe fazer feliz de novo, ter sua noite de sono regulada, lhe deixar tranquila e relaxada, vai ter sempre uma voz, um rosto, um sorriso que vai lhe fazer sorrir, mas no caso da garota, não haveria apenas só uma voz, ape...