Eu estava em uma fazenda. Na minha antiga casa, ela estava perfeitamente bonita, meu pai e minha mãe estavam em pé na varanda juntos, com o braço do meu pai em volta do quadril da minha mãe e os dois sorria pra mim. Ouvi meu irmão me gritar e eu olhei na direção da arvore onde tinha um pneu e o mesmo estava la, se balançando alegremente pra cima e pra baixo com força, eu soltei um suspiro e comecei a caminhar na direção dos meus pais em passos largos, senti meus olhos lacrimejarem quando minha mãe abriu os braços pra mim e quando eu me encaixei neles, seu cheiro me invadiu por inteiro e eu senti o quanto eu sentia falta dela.
- mãe... - sussurrei em um folego de choro - eu sinto tanto a sua falta - suas mãos me afastaram e eu fitei seus olhos azuis, papai passou a mão em minha cabeça e eu sorri pra ele.
Quando minha mãe abriu a boca pra falar, não foi a sua voz que eu ouvi, dela só saiu o som do toque de um telefone, um toque agitado de uma musica que eu não reconhecia. Ela cantara a letra com a voz grossa e eu despertei.
Eu estava deitada entre Emmet e o encosto do banco do carro, franzi o cenho e levantei a cabeça do braço do rapaz adormecido ao meu lado e levantei o resto do corpo com cautela para não acorda-lo, passei o braço por cima dele e alcancei sua jaqueta no chão e tirei seu celular de la, no visor estava o nome salvo de uma tal de Sofia. Cutuquei o peito de Emmet que respirava suavemente enquanto dormia.
- Emmet - chamei mas ele nem abriu os olhos, segurei a tela do celular em seu rosto enquanto ele gritava loucamente, Emmet se mexeu e fez careta, seus olhos abriram lentamente e ele encarou a tela, bufou e agarrou o celular da minha mão e o desligou.
- volte a dormir - foi a unica coisa que ele disse antes de voltar a fechar os olhos e jogar o celular de volta no chão do carro.
Eu procurei o meu e o achei, era quase seis e meia da manha e eu estava esgotada, ainda tinha que ir para o colégio. Havia sete ligações de Shayene e quinze da minha tia, mordi o lábio e olhei Emmet, ele estava com os olhos abertos e me encarava.
- minha tia me ligou quinze vezes - falei, ele passou a mão no cabelo os jogando todo pra trás e passou a outra mão nas minhas costas - temos que ir para o colégio, Shay deve ta uma fera por eu não ter voltado pra casa com o carro dela.
- ela vai entender, tivemos prioridades - sua voz saiu rouca por causa do sono, a madrugada se passou como flash's na minha mente e minhas bochechas queimaram - deite-se comigo aqui - ele pediu e eu o fiz. Me ajeitei ao lado dele com uma perna por cima do mesmo enquanto minha cabeça estava no braço dele, Emmet estava de frente pra mim e estávamos muito próximos por ser muito pequeno aqui atras.
- sabe uma coisa que eu pensei sobre você? - perguntei fitando o teto do carro - que você não era aquele tipo de cara que gosta de ficar agarrado com a garota no dia seguinte, ainda mais, quando não fizeram... sexo. - eu voltei meus olhos pra ele, Emmet me encarava divertido e sonolento.
- não fizemos sexo, mas você fez uma coisa pra mim - comentou e eu mordi o lábio contendo um sorriso - e... digamos que eu sou um fã oculto de ficar agarrado com a garota no dia seguinte.
- ah é? - o encarei surpresa.
- vai dizer que você não gosta? - eu dei de ombros.
- nunca tive uma oportunidade grandiosa - respondi.
- nem com seu ex namorado? - Emmet arqueou uma sobrancelha pra mim, eu me mexi desconfortável e respirei fundo - uma hora vamos ter que conversar sobre isso, baby. Não foi você mesmo que disse que queria que nos conhecesse?
- mas você não me diz nada sobre a sua vida - rebati.
- as coisas que você pergunta, sobre a minha família, eu prefiro manter em particular - ele passou o dedo em meu rosto - tirando isso, pode me perguntar qualquer outra coisa, responderei.
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Vênus
JugendliteraturSempre a algo/alguem que possa lhe fazer feliz de novo, ter sua noite de sono regulada, lhe deixar tranquila e relaxada, vai ter sempre uma voz, um rosto, um sorriso que vai lhe fazer sorrir, mas no caso da garota, não haveria apenas só uma voz, ape...